foto: Vale do Ivinhema Agora
Foram cumpridos 18 mandados de busca e seis de prisão preventiva
A Operação Mudras, deflagrada na manhã desta segunda-feira (23) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual e pela 3ª Promotoria de Justiça de Nova Andradina, mira célula da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) que financiava o tráfico de drogas e outras atividades criminosas por meio de roubos. Os investigados também estão ligados a “tribunais do crime” em Mato Grosso do Sul e no Paraná.
Empresário de 46 anos foi um dos presos. Ao todo, foram expedidos 18 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva pela 2ª Vara Criminal de Dourados e pela Vara de Nova Andradina, cumpridos nestas respectivas cidades, bem como em Campo Grande, Terenos, Caarapó e Porecatu (PR). Participaram da força-tarefa agentes do Gaeco, da Polícia Civil, Polícia Militar e da Agência de Inteligência da PM.
Conforme apurado, os mandados foram expedidos em decorrência de provas colhidas por Gaeco e Polícia Civil, que demonstram a atuação do PCC mediante ordens enviadas pelos chefes do grupo, a partir de presídios de segurança máxima do Estado. As tarefas eram executadas por comparsas que se encontram em liberdade. O objetivo era fortalecer o domínio nos presídios e em pontos estratégicos da comercialização de entorpecentes.
O empresário preso foi identificado como Ademir Naide, mais conhecido como Gago, proprietário de uma conveniência em Nova Andradina. De acordo com o advogado Martinho Ruas, Ademir foi alvo de prisão preventiva e teve seus imóveis vasculhados pelos agentes. “Pedi acesso aos autos para ter conhecimento sobre a justificativa da prisão. Eu acompanhei o cumprimento dos mandados, mas ainda não estou ciente da decisão”, disse o advogado.
TRIBUNAIS DO CRIME
Ao longo das investigações foi comprovada a existência de julgamentos pelo “tribunal do crime”, que desencadearam série de homicídios em Mato Grosso do Sul e no Paraná. Ou seja, de dentro dos presídios, os criminosos julgavam rivais e “infratores” por meio de videoconferência, condenando os réus à pena de morte. O nome da operação, Mudra, representa gestos simbólicos feitos com as mãos, utilizados no Yoga, budismo e na dança indiana e muito usados pela facção.