O combate aos focos de incêndio na região do Pantanal será intensificado a partir desta sexta-feira (20.9) com o reforço de 34 bombeiros e uma aeronave Air Tractor modelo AT 802F cedidos pelo governo do Distrito Federal. Os 32 militares que atuarão por terra chegaram nesta madrugada e pela manhã seguiram para Aquidauana, onde funcionará o centro de comando da operação. O avião com outros dois bombeiros deve chegar ainda nesta sexta-feira.
“Estamos com 34 bombeiros militares, todos especializados no combate a incêndio, com vasta experiência nessa área, para auxiliar o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul na preservação desse bioma tão importante que é o Pantanal”, disse o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do DF, Domingos Márcio Ferreira da Silva, comandante da tropa.
Ele disse que a equipe anteriormente auxiliou no combate a incêndios florestais em outros estados, como Roraima e Bahia. “Além dos 34 militares estamos com seis viaturas, com diversos materiais de combate a incêndio florestal. Teremos também uma aeronave com autonomia de 5 horas de voo e com capacidade de lançamento de 3.100 litros de água em cada voo. Vamos permanecer até quando for necessário”, completou o oficial.
A vinda dos militares especializados em combate a incêndios do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal atende ao pedido de apoio formulado pelo Governo do Estado ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), incluindo recursos financeiros para manter a operação durante o período que for necessário. O apoio do Governo Federal foi assegurado pelo ministro do MDR, Gustavo Canuto, durante audiência com o governador Reinaldo Azambuja na semana passada.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do MS, coronel Joilson Alves do Amaral, destacou o empenho e a união de esforços do governador Reinaldo Azambuja, do Governo Federal e do governo do Distrito Federal na formação dessa força-tarefa para combater as queimadas na região do Pantanal.
“Fizemos um plano de estiagem desde o início do ano e observamos, através do monitoramento constante, que estávamos chegando no nosso limite operacional, ou seja, já estávamos com todo o nosso efetivo, as nossas viaturas, todos os nossos meios já empregados no terreno, aí fizemos um pedido para o governador que prontamente fez um oficio ao governo federal pedindo, através do ministro Canuto, do Desenvolvimento Regional, que colocou à disposição a defesa civil nacional”, comentou o coronel Joilson.
O secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, Carlos Emilson Ferreira dos Santos, acompanharam a concentração dos oficiais, na academia da corporação, para o embarque para Mato Grosso do Sul, na manhã desta quinta-feira.
O comandante Santos informou que não há prazo para retorno das equipes. “Enquanto tiver focos de incêndio e necessidade da nossa presença, estaremos lá”, reforçou. “Vamos auxiliar no que for necessário para que o Estado consiga enfrentar essa difícil situação”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. O MDR disponibilizou cerca de R$ 350 mil para os custos operacionais e logísticos da operação, incluindo o pagamento das diárias dos militares.
A estratégia de ação, a partir desta sexta-feira, montada pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e Defesa Civil do Estado, se baseia no sobrevoo realizado na quarta-feira sobre as áreas de maior concentração de focos de calor: Pantanal e borda do Parque Estadual do Rio Negro, em Aquidauana e Corumbá; fazenda Caiman, em Miranda; e Serra da Bodoquena, entre Bonito e Bodoquena.
O chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros do Estado, tenente-coronel Waldemir Moreira, informou que a direção do fogo muda conforme a velocidade dos ventos e as chamas concentradas na Caiman já se deslocam em direção ao Parque Estadual do Rio Negro. Ele disse que o combate terrestre aos incêndios em algumas regiões do Pantanal está comprometido, por dificuldades de acesso.
“O combate tanto aéreo como terrestre precisa ser interagido, pois o terreno precisa ser preparado para receber a água, e em algumas situações isso não será possível. O ideal seria o uso de um helicóptero, mas no momento não há aeronaves disponíveis”, explicou o oficial.
Paulo Yafusso – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Edemir Rodrigues