Foto: Atividades do Setembro Amarelo do IFMS em Nova Andradina teve palestras e caminhada pela vida
Por: Ascom
O Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) realizou, na última semana, uma série de ações voltadas ao “Setembro Amarelo”, mês de prevenção ao suicídio e valorização da vida em todo o mundo. As atividades, destinadas a estudantes, servidores e comunidade, foram desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
A série de ações terminou nesta quinta-feira, 27, com rodas de conversa que abordaram junto a estudantes temas como o sentido da vida, autossabotagem e a sobrevivência à tentativa de suicídio.
Na terça-feira, 25, duas palestras oferecidas no anfiteatro da UFMS abordaram assuntos como fatores de risco, principais causas, proteção e mitos sobre o suicídio. Uma das palestras foi ministrada pela psicóloga do Campus Nova Andradina, Gessyca Santos Sasso, que coordena as atividades do “Setembro Amarelo”.
“Falar sobre saúde mental ainda é um tabu. Desde a infância, não nos ensinam a falar sobre sentimentos, e em algumas situações, não podemos nem sequer expressá-los. Quando a mãe diz para o filho ‘engole o choro’, ensina ele a reprimir sentimentos como tristeza e raiva. E as consequências desse padrão comportamental podem gerar dificuldades em lidar com frustrações que podem ser carregadas até a vida adulta”, explicou a psicóloga.
Gessyca destaca que as atividades buscaram discutir questões relacionadas ao sofrimento psíquico, já que muitas vezes os problemas emocionais são suprimidos, ao contrário dos físicos, o que faz com venha à tona apenas em situações extremas. “E o suicídio é o extremo desse processo de adoecimento”, complementou.
Outra palestra foi ministrada pelo médico psiquiatra Heverllyn Saraiva, que entre outros pontos, tratou da formação do pensamento suicida. “Trata-se de um sentimento ambivalente. O suicídio normalmente parte de uma cadeia que envolve o pensamento de morte, o planejamento e a tentativa”, pontuou.
O psiquiatra também chamou a atenção para o alto número de casos. No Brasil, entre 2000 e 2016, o aumento foi 73% e, atualmente, o suicídio é uma das principais causas de morte na faixa etária entre pessoas de 15 a 29 anos. “É um problema de saúde pública em todos os países, que atinge todas as camadas sociais”, comentou.
O “Setembro Amarelo” do Campus Nova Andradina teve início no dia 20 com uma caminhada pela valorização da vida, que percorreu a Avenida Antônio Joaquim de Moura de Andrade, reunindo estudantes, servidores e comunidade.
Campanha – No Brasil, o “Setembro Amarelo” é organizado desde 2015 em uma iniciativa conjunta do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O mês é uma alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro.
“A campanha nacional nos possibilita sensibilizar pessoas acerca da temática suicídio. E não há como se falar em valorização da vida e prevenção ao suicídio sem ter como enfoque a saúde mental”, ressaltou Gessyca.