34,6% dos trechos com curvas perigosas no estado não possuem sinalização. foto: Anaurelino Ramos.
A CNT projeta que seriam necessários R$ 2,8 bilhões de investimentos para recuperar as rodovias no MS com ações emergenciais, de restauração e de reconstrução
Por: Gracindo Ramos/Vale do Ivinhema Agora
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) e o Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) divulgaram uma pesquisa nesta quarta-feira, 9 de outubro, sobre as condições das rodovias em todo o país. Foram analisados 110.333 quilômetros, que revelam problemas em mais da metade dessa extensão.
De acordo com os resultados da 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, “os dados apontam que o estado geral da malha rodoviária brasileira piorou em 2022. Dos 110.333 quilômetros avaliados, 66,0% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%”.
Conforme a CNT, o estudo é o maior e mais completo acompanhamento sobre o estado geral das rodovias brasileiras desde 1995. O levantamento analisou aspectos como pavimento, sinalização e geometria da via. Também foi observado a existência de pontos críticos.
Os analistas levaram em conta condições da superfície, placas e faixas de sinalização e defensas, além de elementos da via, como curvas, acostamentos, pontes e viadutos. “Foi observada uma piora significativa na característica pavimento em relação ao resultado de 2021. A CNT identificou que 55,5% (61.311 km) da extensão encontram-se em estado regular, ruim ou péssimo, um acréscimo de 3,3 pontos em relação ao ano anterior. Para a sinalização, 60,7% (66.985 km) foram considerados deficientes (regular, ruim ou péssimo), enquanto para geometria da via, este valor corresponde a 63,9% (70.445 quilômetros)”.

Estradas de MS
A Pesquisa CNT de Rodovias avalia toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais. Em 2022, foram analisados 4.488 quilômetros de estradas no Mato Grosso do Sul, que representam 4,1% do total pesquisado no Brasil. O estudo sintetiza que 59,3% do estado geral da malha rodoviária pavimentada avaliada do estado apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Apenas 40,7% da malha é considerada ótima ou boa.
O segundo quesito, pavimento, revela que 53,2% da extensão da malha rodoviária avaliada do estado apresenta problemas. 46,8% está em condição satisfatória. Com relação à sinalização, 43,3% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima. 56,7%, ótima ou boa. Já 3,3% da extensão está sem faixa central e 9,1% não tem faixas laterais.
Os dados mais preocupantes aparecem na análise da geometria da via ou traçado, mostrando que 54,9% da extensão da malha rodoviária do estado apresenta algum tipo de problema. Os dados mais alarmantes revelam que as pistas simples predominaram em 95,3% do levantamento. Já a falta de acostamento apareceu em 41,4% dos trechos avaliados. Já 34,6% dos trechos com curvas perigosas não tem sinalização. E 45,1% está ótima ou boa.
A pesquisa ainda identificou 30 pontos críticos no estado. As condições do pavimento no estado geram um aumento de custo operacional do transporte de 30,2%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos, analisa o estudo. A CNT projeta que seriam necessários R$ 2,84 bilhões de investimentos para recuperar as rodovias no Mato Grosso do Sul, com ações emergenciais, de restauração e de reconstrução.
Com relação ao meio ambiente, em 2022, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 41,7 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no estado. Esse desperdício custará R$ 190,38 milhões aos transportadores.