Pelo WhatsApp, liderança diz que petista é mal-agradecido, virou ‘canibal’ e se voltar à aldeia pode virar alvo de ‘macumba e feitiçaria’
Por: Celso Bejarano e Alison Silva
Deputado estadual Zeca do PT, durante campanha eleitoral no ano passado, em visita a aldeia Sucuri, em Maracaju – Facebook de Zeca do PT
Por sentir-se traído pelo também ex-governador de MS, a liderança mandou um duro recado ao deputado, dizendo-lhe para não voltar mais à aldeia, do contrário recorreria ao “feitíço e à macumba” para prejudicá-lo. “Não sai vivo”, é parte da mensagem.
Fala do também ex-governador de MS exaltou mais ainda os ânimos dos indígenas, a que Zeca pediu a cabeça do número 2 do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, advogado, com formação em doutorado, nascido numa aldeia em Aquidauana.
Essa declaração foi dada ontem, terça-feira (30), justamente quando os indígenas promoviam um manifesto no saguão do legislativo estadual contra a aprovação do Marco Temporal, em debate no Congresso Nacional. O projeto prejudica as demarcações de terras indígenas.
O áudio do líder chegou à redação do Correio do Estado por meio do indígena Magno Souza, que mora num assentamento em Dourados, escolhido para enviar o diálogo ao deputado. Amigo do emissor do áudio, Magno, que disputou a eleição para o governo de MS, ano passado, pelo PCO, não revelou o nome do líder.
No entanto, ele ajudou na tradução do recado mandado ao deputado Zeca, gravado em guarani, idioma originalmente indígena.
De acordo com a tradução de Magno, não integralmente, mas “o que mais ou menos ele [líder indígena de Amambai] falou ao Zeca, foi isso?”: