“É fundamental termos um processo de adaptação também do ponto de vista institucional e dos marcos regulatórios”, afirma ministra
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, veio a Campo Grande nesta quarta-feira (14) para participar de evento sobre o clima e o meio ambiente no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo.
As mudanças climáticas e a urgência do debate sobre esses temas, movem os encontros e foram o foco da fala da ministra no encontro realizado na capital sul-mato-grossense. O encontro também contou com a presença do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
Segundo Marina, os impactos causados pelas mudanças climáticas interferem não só no meio ambiente, mas também devem interferir em políticas públicas, na aplicação de verbas e destinação de recursos.
“Só para vocês terem uma ideia, uma cesta básica quando é levada por água, em embarcações, custa ali em torno de R$ 300 a R$ 400. Quando o rio baixa e você tem que levar por helicóptero, isso custa algo em torno de R$ 2.500”, detalha a ministra.
“Ou seja, nós precisamos estocar alimento, oxigênio em alguns lugares, combustível, água potável e assim por diante, antes do desastre”, completa a ministra.
O problema é que o prefeito de uma cidade que enfrenta uma situação como essa, não pode decretar emergência antes da emergência acontecer.
“Por isso é fundamental termos um processo de adaptação também do ponto de vista institucional e dos marcos regulatórios”, aponta Marina.
Sobre o Plano Clima
O evento faz parte do ciclo de plenárias do Plano Clima Participativo, que até o final do ano terá oito encontros presenciais em diferentes cidades brasileiras.
As reuniões têm o intuito de engajar a sociedade no envio de propostas para a elaboração do Plano Clima, tirar dúvidas sobre o processo e informar sobre as etapas da elaboração das estratégias.
O Plano Clima vai guiar a política climática do país até 2035. Em Campo Grande, o tema central é o bioma Pantanal, a maior planície de inundação contínua do planeta.
As plenárias servirão para construir a base de propostas que poderão ser incluídas na primeira versão do documento, que será apresentado pelo presidente Lula na COP 29 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), no Azerbaijão, em novembro.
A elaboração do documento é conduzida pelo CIM (Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima.
O planejamento tem dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima.
Locais dos encontros
O lançamento do ciclo de plenárias foi em Brasília, em julho. Após esses, foi realizado um sobre o sistema costeiro-marinho, em Recife (PE) e, na sequência, outro sobre a Caatinga, em Teresina (PI).
Depois do Pantanal, em Campo Grande, os próximos serão: Mata Atlântica, em São Paulo (SP); Pampa, em Porto Alegre (RS); Amazônia, em local a definir; e Cerrado, em Imperatriz (MA).