Plantio da oleaginosa deve aumentar de 2,67 milhões de hectares para 2,81 mi
A soja avança sobre a área de cana-de-açúcar e de pastagens em Mato Grosso do Sul. Na próxima safra, o plantio da oleaginosa deve aumentar de 2,67 milhões de hectares para 2,81 milhões de hectares, crescimento de 5,4%. Já a estimativa de produção da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja) é de que a safra supere tranquilamente os 10,5 milhões de toneladas, alta de 4,66% diante do ciclo passado.
Um dos motivos é o desaquecimento na demanda mundial de açúcar e a redução no mix de produção das usinas, que neste ano estão mirando o etanol.
Segundo a Conab, a expectativa de aumento de área decorre principalmente da incorporação de áreas de pastagens e outras destinadas à produção de cana-de-açúcar, dada a dificuldade financeira enfrentada por algumas usinas, que tiveram suas áreas arrendadas por sojicultores. “Ainda há várzeas de rios que foram programadas para cultivo de soja e que ainda não foram semeadas e, se permanecer o atual volume de chuvas, poderá ocorrer a destinação de algumas dessas áreas para o cultivo do arroz”, informa o estudo.
Produção
Os dados apresentados pela Aprosoja/MS indicam que o crescimento projetado até o momento deve ocorrer principalmente em razão da expansão da área cultivada, já que a produtividade das lavouras deve sofrer um leve recuo, de 0,3%, caindo de 59,17 sacas por hectare para 59 sacas por hectare.
Em relação às principais pragas e doenças, a Conab constatou que estão sob controle nas lavouras sul-mato-grossenses e, até o momento, não houve relatos de algum dano que causou perdas significativas.
“Cerca de 90% das sementes utilizadas são transgênicas, pois apenas nas áreas de refúgio e preservação, como no Parque Nacional da Bodoquena, não são plantadas sementes transgênicas, obrigando os produtores a utilizarem sementes convencionais”. O único caso de ferrugem asiática foi detectado na região de Maracaju, assim como aparecimento de percevejos-marrons na soja.
Investimento
Mesmo com o aumento do custo de produção em razão do encarecimento dos fertilizantes e agroquímicos cotados em dólar, o levantamento destaca que “os produtores estão investindo maciçamente em tecnologias de cultivo que impactam de forma positiva a produtividade” e, atualmente, a maior preocupação do setor está relacionada às intempéries climáticas, principalmente veranicos, que podem ocorrer a partir de dezembro, quando a maioria das lavouras estará em floração e enchimento de grãos.