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Valor da cesta básica em Dourados sobe pelo segundo mês consecutivo, aponta pesquisa da UFGD

Divulgação

 

Tomate foi o vilão da cesta básica em setembro, com 14,27% de aumento

O valor da cesta básica em setembro de 2024 aumentou 1,98% em relação ao mês de agosto, conforme a pesquisa do projeto de extensão “Índice da Cesta Básica do Município de Dourados”, realizado pelo curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O levantamento foi feito na última semana de setembro e na primeira de outubro.

Os produtos que compõem a cesta básica, conforme o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e de acordo com a Lei Nº 399, que estabelece o salário-mínimo, são: açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão francês e tomate. Em julho, os preços desses produtos somaram R$ 620,29, representando 43,93% do salário mínimo de R$ 1.412,00. Já em agosto de 2024, o trabalhador douradense precisou destinar uma quantia maior, com a cesta básica totalizando R$ 629,35, o equivalente a 44,57% do salário mínimo.

Dos 13 produtos da cesta básica, 9 tiveram aumento de preço em setembro de 2024 em Dourados: o tomate (14,27%), farinha de trigo (10%), café (6,10%), banana (5,14%), óleo de soja (2,11%), carne (1,78%), manteiga (1,1%), arroz (0,82%) e leite (0,68%). O destaque vai para o café, a banana, a carne e o arroz, que aumentaram de preços pelo segundo mês consecutivo.

Já os produtos que apresentaram queda nos preços foram: batata (3,57%), feijão (3,53%), açúcar (1,85%) e pão francês (0,19%).

Segundo o coordenador do projeto, Enrique Duarte Romero, o aumento da cesta básica em Dourados está atrelado ao aumento nos preços da carne e do tomate. “Estes produtos têm muito peso na cesta douradense. Só estes dois itens, representam 46,4% do total da cesta. Como o pão francês fechou com uma pequena queda impediu um aumento maior ainda”, destaca.

Mesmo com a queda nos preços dos produtos, a pesquisa reforça a importância de comparar preços entre supermercados antes de realizar compras, já que foi observada uma variação de até R$ 111,95 (18,50%) entre os mesmos itens em diferentes estabelecimentos. Uma dica importante é consultar também a pesquisa realizada pelo PROCON local, que detalha os preços praticados em cada supermercado.

CONTEXTO NACIONAL

Em âmbito nacional, o maior preço da cesta básica em agosto de 2024 foi registrado em São Paulo (R$ 792,47), seguido por Florianópolis (R$ 768,33) e Rio de Janeiro (R$ R$ 757,30). Houve aumento nos preços da cesta básica em 10 capitais das 17 onde é realizado o levantamento dos preços pelo DIEESE. O comportamento da cesta básica é um indicador relevante para a economia brasileira, refletindo diretamente os preços do setor de alimentos.

Já os menores preços em agosto de 2024 foram registrados em João Pessoa (R$ 552,35), Recife (R$ 535,32) e Aracaju, que apresentou o menor valor do país, com R$ 506,19. Esses menores preços vêm sendo registrados nas capitais da Região Nordeste desde o início da pesquisa.

Comparando com a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, onde a cesta básica em setembro custou R$ 714,63, o preço em Dourados foi inferior. No entanto, o valor da cesta em Dourados superou o de seis capitais estaduais: Fortaleza, Natal, Salvador, João Pessoa, Recife e Aracajú, repetindo o padrão observado em agosto.

Com base na Constituição Federal de 1988, que estabelece a carga horária mensal de 220 horas, um trabalhador douradense precisou trabalhar 98 horas e 3 minutos para pagar a cesta básica em agosto e, no mês setembro, 100 horas, indicando uma perda no poder de compra devido ao aumento dos preços.

Segundo o DIEESE, para garantir a subsistência de uma família de quatro pessoas, o salário-mínimo necessário em agosto deveria ser de R$ 6.606,13, ou 4,68 vezes o valor do salário-mínimo vigente. Em setembro, esse valor subiu para R$ 6.657,55, o que equivale a 4,71 vezes o salário-mínimo atual.

 

Fonte: professor Enrique Duarte Romero do curso de Ciências Econômicas da FACE/UFGD

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