Ibama chegou a aplicar multa de R$ 600 mil à indústria frigorífica

Alvo de diversos processos judiciais por crimes ambientais, a JBS tenta ‘enrolar’ a Justiça para evitar que nova perícia seja feita em ação que pede indenização por poluição causada no córrego do Baile, em Nova Andradina, município no sudeste de Mato Grosso do Sul, a 298 km de Campo Grande.
A ação tramita desde fevereiro de 2018, quando o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) entrou com pedido para que o frigorífico tomasse providências para cessar a poluição, bem como pagar indenização coletiva pelos danos ambientais causados.
No decorrer do processo, uma perícia chegou a ser realizada no local da indústria. No entanto, depois, o MP pediu à Justiça prazo para que uma equipe técnica elaborasse novo laudo para verificar se a JBS havia tomado providências em relação ao lançamento de resíduos no córrego.
Porém, em petição protocolada nesta segunda-feira (17), a gigante de alimentos pediu que a Justiça negue o prazo solicitado pelo MP, a fim de evitar nova vistoria no local, justificando se tratar de “alegação absolutamente genérica e insuficiente”.
Para o time de advogados da JBS, a ausência de manifestação até o momento do MP sobre o laudo pericial já realizado demonstraria a ‘concordância tácita’ sobre a conclusão.
Ibama já havia multado JBS em R$ 600 mil
Em fiscalização no ano de 2014, o Ibama aplicou multa de R$ 600 mil à JBS por lançar resíduos e poluir o córrego Baile, em Nova Andradina.
Laudos laboratoriais demonstraram que os efluentes lançados pelo frigorífico estavam fora dos padrões permitidos para serem despejados no córrego.
Tudo começou após denúncia de moradores, que utilizavam o córrego para se banharem. Assim, várias reclamações de que havia mau cheiro no local, além de que os banhistas ficavam com a pele engordurada.