Funcionário público com mais de dez faltas por ano, mesmo justificadas, perde o direito ao abono de R$ 700,00, pago no mês do aniversário
Neri Kaspary/Correio do Estado
Em medida proposta pelo prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, que se auto-denomina “o mais louco do Brasil”, os vereadores aprovaram, na noite desta segunda-feira (12), em meio a muita polêmica, o fim do pagamento de abono de R$ 700,00 a servidores que tenham mais de dez faltas em um ano.
O abono é pago no mês de aniversário dos quase dois mil servidores servidores e mesmo que as faltas sejam justificadas com apresentação de atestado médico, os servidores perderão o direito ao benefício. Para o prefeito, existe uma verdadeia “farra dos atestados” na administração municipal.
De acordo com o site Ivinotíciais, a medida já foi sancionada pelo prefeito, mas alguns vereadores classificaram a medida como injusta e desumana, e cobraram do prefeito a revogação imediata da nova redação.
O prefeito, que também é youtuber e tem mais de 1,26 milhão de seguidores do Instagran e no Facebook, acompanhou pessoalmente a votação dos vereadores e após o término se reuniu com dez deles para debater o tema.
E por conta da polêmica, na manhã desta terça-feira, foi às redes sociais para se pronunciar diretamente aos servidores e à população de Ivinhema. Ele vez questão de defender as alterações.
“Quero deixar claro que nós não somos contra o funcionário público. Fui eu quem criei esse abono aniversário de R$ 700 para valorizar nossos servidores, algo que nunca existiu na história de Ivinhema,” afirmou.
Ele também lembrou que, durante sua gestão, o funcionalismo público recebeu 32% de reajuste salarial em 5 anos, percentual que, segundo o prefeito, supera os índices de administrações anteriores. Em oito anos da administração anterior, segundo ele, foram apenas 16% de reajuste. No caso dos professores, afirmou, os aumentos somam 52% em cinco anos.
FALTAS
Juliano Ferro argumenta que a regra das 10 faltas tem exceções e critérios justos: “A falta pode ser abonada pelo secretário. O servidor que tiver um problema sério, como acompanhar um parente em tratamento, por exemplo, pode justificar e não será prejudicado.”
Para o “mais louco do Brasil”, a medida é para combater abusos: “Tem funcionário que está há cinco anos sem trabalhar, vivendo de atestado. E esses continuam recebendo o abono. Isso é justo com quem trabalha todo dia? Estamos colocando ordem na casa.”
Juliano Ferro prometeu a criação de uma junta médica municipal, com o objetivo de avaliar e combater fraudes em atestados médicos, que segundo ele, geram “contas altas para o município”.
“Vamos acabar com a farra dos atestados. Esse abono é para quem produz. Se tirarmos dos que não trabalham, poderemos até aumentar o valor para os que se dedicam ao município.”
(Com informações do Ivinotícias)