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Agricultores contabilizam prejuízos nas lavouras de Mato Grosso do Sul

Desenvolvimento do milho 2ª safra evitou maiores perdas

por: correiodoestado

A onda de frio registrada no início de julho em todo país foi mais intensa nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com termômetros registrando índices abaixo de zero, foram identificadas ocorrências de geadas em 24 municípios de Mato Grosso do Sul.

Segundo informações do instituto Climatempo, o inverno de 2019 seria marcado pela presença do El Niño, com baixa temperatura concentrada no mês de julho. Contudo, o que causou surpresa foi a força da massa de ar frio que permaneceu sobre as três regiões com importantes concentrações de atividade agrícola.

No Estado, o período é de colheita para o milho 2ª safra e a cana-de-açúcar, por isso, a geada deixou os produtores em estado de alerta, mas, ainda não foram concluídas as análises de perdas econômicas.

MILHO

A Associação de Produtores de Soja (Aprosoja/MS), destaca que nos municípios de Antônio João, Amambai, Ponta Porã e Naviraí registraram as temperaturas mais baixas, entre as áreas nas quais são cultivadas  o cereal.

Contudo, como os agricultores destas localidades realizaram o plantio no início de março, a maior parte do milho não foi afetado.

“Em contrapartida, nas regiões em que o grão foi semeado após 8 de março, há possibilidade de uma queda na produtividade. Contudo, o agricultor quando desenvolve seu planejamento de lavoura inclui uma margem de prejuízo para ocorrências climáticas extremas”, pontua a análise da equipe técnica.

A colheita continua a pleno vapor, totalizando 14% da área plantada no Estado. Os produtores desaceleraram o processo, em razão das chuvas registradas antes da geada, resultando em umidade do solo muito alta. A partir de 15 de julho o trabalho será retomado em ritmo intensificado.

Cabe destacar que a expectativa de produção para a safra 2018/2019 de milho de 2ª safra é 10,12 milhões de toneladas, com produtividade média de 88 sacas colhidas por hectare. A área plantada soma 1,9 milhão de hectares e as duas primeiras semanas de julho não impactaram o ritmo produtivo do atual ciclo.

CANA-DE-AÇÚCAR

O boletim de atualização da safra 2019/2020 de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul divulgado na 2ª semana de julho apresentou resultados positivos, com 18,5 milhões de toneladas de cana processadas.

Entretanto, a Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), alerta que o impacto das geadas deve ser observado nos próximos balanços, visto que a área mais atingida, região do Cone Sul, concentra 80% da produção da matéria-prima.

Como acontece na safra de milho, os produtores de cana-de-açúcar também procuram adequar o manejo da safra para realizar a colheita em períodos mais favoráveis. Apesar disso, a força da massa polar superou as expectativas previstas para o mês de julho.

Segundo o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, as unidades iniciaram logo após as ocorrências, levantamento de informações para avaliar eventuais danos aos canaviais.

“Esse trabalho deve ser concluído dentro uma a duas semanas. A partir dele será possível mensurar eventuais impactos na produção da safra em curso e para a próxima temporada. A partir dessa avaliação, as unidades também partem para eventuais medidas corretivas, quer seja na reprogramação da colheita ou nos tratos culturais”, explica.

Hollanda destaca que uma forma do prejuízo do produtor ser minimizado acontece quando o plantio é escalonado por talhões.

“Isso pode sim reduzir os danos. No caso da cana, as áreas propícias para ocorrência de geada possuem programação de colheita para esse período do ano. Dessa forma, se ainda não foi feita a colheita na área, é possível fazer nos dias seguintes à ocorrência do fenômeno. Contudo, todas essas condições estão sendo avaliadas”, finaliza.

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