Estado fecha ano com US$ 1,223 bilhão em vendas externas de carne in natura
José Roberto dos Santos/Correio do Estado
Para Caio Rossato, zootecnista e consultor da empresa PECBR Soluções, especializada em acompanhamento técnico de abates, a produção recorde de carne em 2024 é creditado, principalmente, ao aumento das exportações de Mato Grosso do Sul.
No ano passado, segundo a Carta de Conjuntura Comércio Exterior, elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o MS exportou 257,1 mil toneladas carne bovina in natura, contra 192,7 mil toneladas de 2023 – um crescimento de 33,6%.
Pelo volume de carne bovina exportada, o Mato Grosso do Sul faturou 8,6% a mais em 2024 e fechou o ano com US$ 1,223 bilhão, contra US$ 915 milhão do ano anterior. O preço médio pago pela tonelada de carne foi de US$ 4.759,52.
Para Rossato, essa valorização entre 15% e 18% do dólar ao longo do ano, deixou o carne bovina brasileira mais atrativa para as exportações. “A abertura de 4 plantas para o mercado da China no segundo semestre em MS acabou aquecendo esse mercado e aumentando a competição”, aponta ele.
A China, segundo a Semadesc, foi o destino de 24,18% de toda a carne bovina exportada por Mato Grosso do Sul em 2024, seguida pelos Estados Unidos (18,42%) e Chile, com 14,58%.
No total, o MS exporta a carne para quase 70 países. Em 2024, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), o Brasil exportou carne bovina in natura para 135 países.
No geral, a China permanece como o principal destino dos produtos de MS, representando cerca de 45,4% no valor total do ano, seguida pelos Estados Unidos (6,7%) e Países Baixos (4,9%). Em destaque nas exportações, o Emirados Árabes Unidos, que registrou um aumento de 109,1% e a Turquia com 163,2%, ambos comparados com o mesmo período de 2023.
Abate de fêmeas aumenta
Em 2024, do total de animais abatidos, 46,25% eram fêmeas. De acordo com o Boletim Casa Rural, da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), elaborado com números da Iagro-MS (Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), houve um crescimento de 6,29% no abate de fêmeas no Estado.
O ano passado registrou o terceiro maior abate de fêmeas desde 2014, atrás apenas de 2019 e 2014. Praticamente metade das fêmeas abatidas no período possuíam mais de 36 meses, ou seja, eram animais que encontravam-se em plena maturidade reprodutiva, o que pode aumentar – aliado a outros fatores – o impacto sobre a oferta de gado para reposição nos próximos anos.