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Alerta não impediu comitiva de MS de ir a Israel; gastos já passam de R$ 72 mil

Ministério das Relações Exteriores desaconselha, desde 2023, deslocamentos não essenciais para a região

Por Lucia Morel | Campo Grande News

 

A missão oficial que levou três integrantes do Governo de Mato Grosso do Sul a Israel, país atualmente em situação de conflito, já gerou custo de ao menos R$ 72.687,01 aos cofres públicos do Estado. A viagem, feita com objetivo de promover troca de experiências em tecnologia, saúde e segurança pública, ocorreu mesmo diante de alerta do Ministério das Relações Exteriores que, desde outubro de 2023, desaconselha deslocamentos não essenciais para a região.

Missão oficial de três integrantes do Governo de Mato Grosso do Sul a Israel custou R$ 72.687,01 aos cofres públicos. A viagem, realizada entre 5 e 15 de junho, ocorreu mesmo com alerta do Ministério das Relações Exteriores que desaconselha deslocamentos não essenciais à região desde outubro de 2023. O grupo, composto pelo secretário-executivo Ricardo Senna, a secretária-adjunta Crhistinne Maymone e o coordenador Marcos Freitas, viajou para promover intercâmbio em tecnologia, saúde e segurança. Os gastos incluem R$ 38.943,56 em passagens aéreas e mais de R$ 33 mil em diárias internacionais.

Em nota desta segunda-feira, 16, o Itamaraty reforçou que a recomendação segue válida para Israel, Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Palestina e Síria. “A Embaixada do Brasil em Israel mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país e recomenda, desde então, que os brasileiros e brasileiras que se encontravam em Israel considerassem deixar o país. Naquele mês, um total de 1.413 brasileiros foi evacuado de Israel em aeronaves da Força Aérea Brasileira”, afirma o texto.

Estão em Israel o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ricardo José Senna, a secretária-adjunta da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Crhistinne Maymone, e o coordenador de Tecnologia da Informação da SES, Marcos Espíndola de Freitas. Segundo os decretos publicados no Diário Oficial de MS, o grupo viajou entre 5 e 15 de junho, em missão oficial voltada à inovação, principalmente na área da saúde.

Em vídeo de hoje nas redes sociais, Senna afirmou que ainda está sendo avaliada a retirada deles “por terra”, mas que ainda não houve definição porque “há um nível de risco”. “O critério principal de escolha (da retirada do grupo) é a segurança de todos nós”, disse. Todos estão em Tel Aviv, onde há ataques iranianos.

Custos – Conforme o Portal da Transparência, os valores já pagos incluem R$ 38.943,56 em passagens aéreas. As passagens de ida e volta para Maymone e Freitas custaram R$ 6.515,82 cada. Já a de Senna ficou em R$ 6.440,14.

As diárias pagas também são expressivas. Maymone recebeu R$ 12.369,00 por 9,5 dias fora do país, Freitas, R$ 10.896,50 pelo mesmo período. Senna, com 8,5 diárias, recebeu R$ 10.477,95.

Os recursos foram pagos pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), no caso de Senna e pela Fesa (Fundo Especial de Saúde) de MS, em relação aos servidores da SES.

O Campo Grande News entrou em contato com o Governo do Estado para questionar os critérios que justificaram a viagem em meio à instabilidade internacional e aguarda retorno.

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