O surgimento dos primeiros focos da peste suína no Brasil, em meados do ano passado, tem colocado os suinocultores em estado de alerta nos últimos meses. Com a preocupação de se evitar o mal, muito se tem falado sobre como combater a doença dentro dos diversos criadouros espalhados pelo País.
De acordo com o nutricionista animal da Quimtia Brasil, José Luiz Schneiders, empresa especializada na produção de insumos para ração animal, uma das alternativas mais viáveis que auxiliam no combate à peste é proporcionar uma alimentação adequada aos suínos. Para o especialista, quando alguns compostos – suplementos vitamínicos específicos e ácidos orgânicos – são adicionados à ração, contribui-se para o aumento da imunidade do animal, reduzindo os riscos de uma possível contaminação.
“Estes componentes nutricionais mantém, por exemplo, a integridade intestinal (maior órgão imune do corpo), o que pode acarretar em um aumento da imunidade do suíno. Sendo assim, o animal se torna mais resistente e as chances deste contrair algum tipo de doença é menor”, explica o especialista. “Estes compostos podem ser utilizados, inclusive, via água de bebida”, acrescenta.
Schneiders explica também, que mesmo com uma alimentação saudável e eficaz, os produtores precisam se atentar aos locais onde estes animais estão alojados. “A nutrição faz parte do estado saudável do animal, pois fornece os nutrientes adequados para a mantença e desempenho destes. Entretanto, o principal fator que requer cuidado para evitar o contágio da doença é o ambiente, pois assim como qualquer vírus, a peste suína é transmitida por animais ou pessoas que estavam em um local que já apresentava o surto e, em seguida, foram visitar um criadouro sadio, sem seguir os procedimentos corretos de higiene e desinfecção”, alerta.
Contaminação
Segundo o médico veterinário e supervisor técnico comercial da Quimtia, Leonardo Egewarth, a doença é de origem viral e altamente contagiosa e requer extrema atenção no possível surgimento de quaisquer dos sinais clínicos no animal. “Por ser uma doença de disseminação rápida, agressiva e com enorme prejuízo econômico, faz parte da Lista A da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), portanto é uma doença que precisa ser notificada obrigatoriamente e imediatamente quando houver a suspeita de qualquer caso”, afirma.
Decorrência
Ainda de acordo com Egewarth, a taxa de mortalidade pode atingir 90% em animais jovens contaminados. “Como a queda de imunidade é muito acentuada, as células de defesa e plaquetas do animal são atingidas, o que possibilita um quadro hemorrágico e infecções secundárias”, conclui o especialista.