A PMA e o IBAMA, como no ano passado, no período reprodutivo dos psitacídeos (papagaio, arara, periquitos, maritacas, etc.) estão realizando operação contra o tráfico de animais silvestres, especialmente o papagaio. Nesta primeira fase, a “Operação Bocaiúva I” envolve 43 policiais e fiscais e foi iniciada na quinta-feira (12), no intuito principal de evitar a retirada dos filhotes dos ninhos, tendo em vista, que depois da retirada das aves, mesmo quando se apreendem, os problemas à natureza e os custos econômicos, para cuidar dos animais até a reintrodução envolvem muito dinheiro público.
Enquanto as equipes se distribuem em fazendas e bloqueios, os outros órgãos de segurança, como, Unidades da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal, principalmente da região com maior índice do tráfico, foram alertados para atentarem para o problema neste período.
Na noite deste sábado (14), Policiais Militares Ambientais de Bataguassu autuaram administrativamente um de traficante de animais silvestres, que estava com 150 filhotes de papagaios ilegalmente, em quatro caixas de madeira em seu veículo Fiat Uno, com placas de São Paulo, abordado pela Polícia Militar da 2ª Companhia de Bataguassu, nas proximidades do posto de combustível Prudentão, na rodovia BR 267.
Os Militares deram voz de prisão ao infrator, apreenderam o veículo e as aves e acionaram a equipe da PMA, que estava em bloqueio na região, na operação de combate ao tráfico dessas aves, para proceder a autuação administrativa (multa ambiental). Ele foi conduzido à delegacia de Polícia Civil de Bataguassu e responderá por crime ambiental, com pena prevista de seis meses a um ano de detenção.
O infrator (50), residente em Ivinhema, afirmou que pegou os papagaios nos ninhos em fazendas na região do Distrito de Casa Verde, no município de Nova Andradina e os levaria para venda no estado de São Paulo por R$ 100,00 cada ave.
Os Policiais Militares Ambientais autuaram o traficante administrativamente e arbitraram multa de R$ 750.000,00. A PMA encaminhará as aves ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) na Capital.
REGIÃO PRINCIPAL DO TRÁFICO E PERÍODO PREOCUPANTE
A região principal do problema de tráfico de papagaio e que é monitorada é basicamente a que constitui os municípios próximos às divisas com os estados de São Paulo e Paraná, como Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Três Lagoas e Brasilândia, além de Naviraí, Itaquiraí, Eldorado e Mundo Novo, porém, a operação está sendo realizada em todo o Estado, como em 2018, quando houve redução na retirada de filhotes de papagaios no Estado.
Nesta operação, com foco principal a evitar a retirada, ninhos estão sendo monitorados e fechadas as saídas do Estado com bloqueios, especialmente, nas saídas para o estado de São Paulo, que é o destino principal registrado dos filhotes de papagaios traficados em Mato Grosso do Sul.
O período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres, pois é o período reprodutivo dos papagaios que é o animal mais traficado no Estado. A PMA mantém trabalhos preventivos nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes.
PROBLEMAS DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES
O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio.
Como o que interessa ao comprador na espécie, é a capacidade que ela tem de aprender a imitar a voz humana, a retirada só é realizada enquanto filhote. Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado de Mato Grosso do Sul, pois é o período reprodutivo dos papagaios, que é o animal mais traficado no Estado.
Por isso, neste período, operações preventivas nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes são fundamentais. Também é importante a vigilância a traficantes presos em anos anteriores. Bloqueios são importantes também nas saídas do estado são, pois evitam que traficantes de fora e locais sintam-se tentados a praticar o crime.