Filhotes de aves foram encontrados em três caixas com casal em Ivinhema. (Foto: PMA/Reprodução)
Moradores de Ivinhema, eles foram multados em R$ 69 mil; prática de tráfico é considerada a terceira mais rentável, atrás do de drogas e armas
Policiais militares ambientais de Batayporã prenderam um casal de traficantes de animais que levavam 69 filhotes de papagaios em Ivinhema –a 282 km de Campo Grande. O flagrante ocorreu nesta sexta-feira (16), três dias depois de outra apreensão, quando 47 espécimes foram retirados de criminosos em Novo Horizonte do Sul, ambos ocorrendo em uma época considerada preocupante para a PMA, por ser o período de reprodução das aves. O casal foi multado em R$ 69 mil.
A ação, segundo a PMA, ocorreu durante a madrugada, envolvendo uma pessoa que já tinha três passagens anteriores por tráfico de papagaios. Após investigações que apontavam a autoria pelo novo crime, os policiais seguiram à residência do suspeito, onde foram “recepcionados” pelo filho dele, de 20 anos, com xingamentos. Enquanto isso, a mulher do traficante tentou fugir pelos fundos levando três caixas, onde estavam os 69 filhotes, e foi presa.
O filho também foi detido por desacato. O suspeito de tráfico não estava na casa, mas foi à Delegacia de Polícia Civil após a prisão de seus familiares e confessou ser o dono dos filhotes de papagaio, sendo preso.
O homem, de 57 anos, e sua mulher, de 41, são moradores de Ivinhema, sendo autuados administrativamente e multados em R$ 34,5 mil cada um. Eles responderão por crime ambiental e poderão pegar pena de seis meses a um ano de detenção. As aves foram encaminhadas ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande.
Terceiro – A PMA afirma que o tráfico de animais silvestres é a terceira atividade criminosa mais rentável –atrás apenas do tráfico de drogas e armas. No Estado, a Corporação afirma que o problema é quase que restrito a papagaios. O período de agosto a dezembro, de reprodução da espécie, é considerado o mais crítico em Mato Grosso do Sul.
A fim de coibir a prática, a PMA mantém ação preventiva em propriedades rurais para evitar a retirada dos animais e aliciamento de funcionários e assentados por traficantes. Presos pela prática em anos anteriores também são monitorados e barreiras, principalmente na saída para São Paulo –principal destino dos animais–, são executadas.
Embora as operações resultem em grande número de animais apreendidos, a prioridade é evitar a retirada dos filhotes dos ninhos. Em 2016, por exemplo, 13 filhotes foram apreendidos em uma fazenda com um funcionário aliciado por traficantes e detido em flagrante, quando retirava as aves –ele havia recebido encomenda de 350 filhotes.
O traficante preso nesta sexta-feira havia sido detido em 2017 com 34 filhotes de papagaio, três periquitos, um coleirinha e um pintassilgo, quando tinha encomenda para retirar 500 filhotes. Naquele ano, foram apreendidos 345 filhotes de papagaio.
Municípios do Vale do Ivinhema, Naviraí e Mundo Novo são alvos constantes de fiscalização, que também envolve ninhos das aves.