Só em 2017, grupo movimentou 1.200 carretas e R$ 1,5 bilhão
A Polícia Federal deflagrou neste sábado (22) a Operação Nepsis em Mato Grosso do Sul e mais quatro estados, com objetivo de desarticular organização criminosa especializada no contrabando de cigarros, bem como combater a corrupção policial para a facilitação ao contrabando.
Cerca de 280 policiais federais de diversos estados cumprem 35 mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária, 12 suspensões de exercício de atividade policial e 43 mandados de busca e apreensão em território sul-mato-grossense, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Alagoas. Entre os presos, além dos líderes e dos “gerentes” da organização criminosa, encontram-se servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar e da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
A PRF participa da operação, que conta, ainda, com a colaboração da Receita Federal do Brasil (RFB), apoio logístico do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB) e acompanhamento das Corregedorias das Polícias Civil e Militar.
A organização investigada formou consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai pela fronteira do Mato Grosso do Sul, a qual se estruturava em dois pilares: um sistema logístico de características empresariais, com a participação de centenas de pessoas exercendo funções de “gerentes”, batedores, olheiros e motoristas e, ainda, a corrupção de policiais cooptados para participar do estratagema criminoso.
Com base na investigação, estima-se que, em 2017, os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os valores em mercadorias contrabandeadas atingem cifras superiores a R$ 1,5 bilhão.
O nome da Operação Nepsis reporta a um termo grego que significa vigilância interior, estado mental de atenção plena, em uma alusão à vigilância necessária para combater as sofisticadas atividades contrabandistas e no que concerne à própria atividade de fiscalização estatal no combate à cooptação integrantes de Órgãos de repressão e fiscalização.