Ex-presidente do TCE disse que fez negócios com Picciani na compra de gado e que pagou dez parcelas de R$ 50 mil para lavar dinheiro de propina.
Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio
O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes de Carvalho disse, em depoimento no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), na manhã desta segunda-feira (9), que nada era feito durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral sem o conhecimento do ex- presidente da Alerj Jorge Picciani.
“Nada era feito sem aquiescência de Picciani”, garantiu Jonas Lopes, primeiro a prestar depoimento nesta manhã ao desembargador Abel Gomes, em segunda instância, sobre a Operação Cadeia Velha.
O ex-presidente do TCE ainda contou que fez negócios com Picciani na compra de gado e que pagou dez parcelas de R$ 50 mil para lavar dinheiro de propina.
O ex-presidente do TCE disse que em 2014 comprou 100 cabeças de gado da Agrobilara, de Picciani, pagando R$600 mil. Segundo ele, parte do dinheiro foi por fora e as notas fiscais foram entregues somente três anos depois, quando ele já era colaborador da Justiça.
Lopes disse também que o ex-governador Sérgio Cabral e Picciani tinham relação de amizade e que em reuniões entre ambos eram nítidas a ascendência política grande e a relação de amizade entre eles.
Nesta segunda também serão interrogados os deputados estaduais do MDB Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, presos na Cadeia Velha.
Após o depoimento de Jonas Lopes, o desembargador ouvirá o delator Carlos Miranda, que admitiu ter sido o principal operador do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) no esquema criminoso.
Em depoimento na primeira instância, Jonas Lopes já havia dito que esteve na casa de Picciani para acertar mesadas de R$ 70 mil oriundas da Fetranspor. Os três deputados são acusados de favorecer os empresários de ônibus nas votações da Assembleia Legislativa (Alerj).