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Deputado e mais 10 são alvos do Gaeco em operação contra o jogo do bicho em Campo Grande

O deputado estadual Neno Razuk é alvo da operação

Por: Thatiana Melo/Midiamax

Deputado e mais 10 são alvos do Gaeco em operação contra o jogo do bicho em Campo Grande
Policiais cumprem mandados no condomínio de luxo Dhama III (Foto: Nathalia Alcântara)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou na manhã desta terça-feira (5), operação contra o jogo do bicho que cumpre mandados de busca e apreensão e prisão, em Campo Grande. No total, 10 pessoas são alvos da operação.

Mandados são cumpridos no condomínio de luxo Damha III. Um dos alvos da operação é o deputado estadual, Neno Razuk (PL), conforme apurou a reportagem.

O Midiamax tentou contato com o deputado por telefone, além da direção do PL em Mato Grosso do Sul, mas nenhuma ligação foi atendida até a publicação deste texto.

A operação é contra o jogo do bicho e estaria ligado a roubos de malotes de grupos rivais que estavam atuando em Campo Grande. Três boletins de ocorrência foram registrados por roubo destes malotes, e duas das três vítimas teriam reconhecido o sargento da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) como autor dos assaltos.

Nas três ocasiões, segundo os registros, o sargento teria usado uma pistola, ameaçado e intimidado os apontadores, na tentativa de fazê-los mudar de lado. Citando o nome do suposto interessado em assumir o jogo do bicho em Campo Grande, o policial da reserva sempre deixada um ‘recado’ ameaçador.

Na casa onde as máquinas foram apreendidas, uma pistola foi encontrada. A investigação das máquinas encontradas está a cargo do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Além do sargento, um major aposentado da Polícia Militar também foi flagrado na residência.

A disputa pelo jogo do bicho em Campo Grande, que estaria sob o comando de um grupo de outro estado, teria envolvimento de servidores públicos da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). O grupo rival teria assumido a Capital logo após a Operação Omertà desmantelar o grupo que mantinha a contravenção em Campo Grande.

Este grupo rival, logo após assumir, teria ‘comprado’ rivais para que não se instalassem na Capital. Agora, o grupo que lidera a região de fronteira de Mato Grosso do Sul tenta tirar do grupo rival o controle do jogo do bicho campo-grandense.

700 máquinas apreendidas no Monte Castelo

Junto com as 700 máquinas do jogo do bicho, os policiais do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros) flagraram dois colegas: um oficial e um praça da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

Ambos aposentados, foram liberados no mesmo dia do flagra e negaram qualquer envolvimento com o jogo do bicho. Não é a primeira vez que a influência do crime organizado na Sejusp provoca mal-estar entre servidores que não ‘entram no esquema’.

Os equipamentos seriam parte final do plano para assumir o território do jogo do bicho. As máquinas passaram a figurar como protagonistas no lugar das antigas bancas que ficavam em calçadas de ruas da cidade, onde podia ser encontrado o apontador das apostas com facilidade para quem fazia suas apostas.

Agora, o esquema de contravenção estava mais modernizado e mais fácil de ser ‘tirado’ dos olhos da polícia. A operação de apostas e impressão de bilhetes cabia na palma da mão, já que podia ser feita até por aplicativos instalados em celulares.

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