Iniciativa visa atender diretamente 600 mulheres e 60 empreendimentos de economia solidária do Estado de São Paulo
Oferecer assessoria, oportunidades de qualificação e fomento a empreendimentos de economia solidária constituídos por mulheres, com base em metodologia participativa e feminista, é a proposta de projeto de extensão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) intitulado “Economia Feminista e Solidária: ações para o fortalecimento da autonomia econômica das mulheres”, desenvolvido por grupo ligado ao Departamento de Sociologia (DS) e coordenado pelo docente Fábio José Bechara Sanchez.
A iniciativa visa atender diretamente 600 mulheres e 60 empreendimentos de economia solidária do Estado de São Paulo. “Para tanto, entre as atividades do projeto estão a assessoria técnica permanente aos grupos; cursos e oficinas de formação e capacitação para as mulheres; ações de fomento e estratégias para melhoria da produção, comercialização e gestão dos empreendimentos, assim como a sistematização e a difusão da metodologia utilizada e dos resultados das ações”, explica Sanchez. As participantes são, majoritariamente, mulheres de baixa renda, distribuídas em duas regiões do Estado: uma parte composta por moradoras das periferias da região metropolitana de São Paulo e, outra, por trabalhadoras rurais, pescadoras e quilombolas do Vale do Ribeira. As atividades desenvolvidas por essas mulheres são variadas, como cerâmica, agricultura familiar, costura, jogos educativos, bonecas, gravuras em vidro, doces, alimentação para eventos, dentre outras. “Há também um número significativo de mulheres que participam dos grupos de economia solidária como forma de conquistar autonomia econômica em seu processo de enfrentamento da violência doméstica”, acrescenta Sanchez.
O projeto, que teve início em 2016 , é composto, além de Sanchez, pela professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) Isabelle Hillenkamp; e pelas estudantes Fernanda Mello, doutoranda no PPGS; Beatriz Carrascosa, mestranda no PPGS; Natália Lobo, do curso de Agroecologia do Campus Araras da UFSCar, além de duas educadoras sociais que acompanham os trabalhos em São Paulo e duas no Vale do Ribeira. As ações são realizadas em parceria com o Ministério do Trabalho e com a Superintendência do Trabalho em São Paulo, além da ONG Sempreviva Organização Feminista (SOF).
Como relata Sanchez, o grupo tem desenvolvido ações em quatro eixos. O primeiro é o de oficinas de qualificação profissional (costura, plantio agroecológico, artesanato, dentre outras) e gestão organizacional (formação em cooperativismo, economia solidária e autogestão; contabilidade; e em questões jurídicas), visando que as mulheres se apropriem de elementos para autogestionarem seus empreendimentos. “Dentro deste eixo, também está um curso mais longo e aberto que estamos oferecendo sobre autogestão e economia solidária, para qualquer pessoa que tenha interesse no assunto. O curso faz parte da construção do que estamos chamando de Escola Paul Singer, que criamos há alguns meses e que tem funcionado no Ponto de Economia Solidária e Cultura, na região do Butantã, na cidade de São Paulo.”
O pesquisador conta que, também dentro deste eixo, são promovidos para as mulheres cursos mais longos que visam a formação em economia feminista e solidária. “Estes dois temas têm muitas coisas em comum, inclusive de pensarem o trabalho para além do assalariamento, caso da economia solidária, e, mais radical ainda, para além do trabalho remunerado, caso da economia feminista. Nesses cursos buscamos discutir essas experiências das mulheres e aproximar a economia feminista e a economia solidária.”
Outro eixo trabalhado no projeto de extensão é o de comercialização dos produtos e serviços dos empreendimentos, no qual são promovidas mensalmente feiras de economia solidária na capital do Estado, reunindo tanto os empreendimentos da Grande São Paulo quanto os dos municípios do Vale do Ribeira. Também são realizadas mostras de empreendimentos de Economia Solidária, eventos mais longos de comercialização de produtos.
O terceiro eixo é a assessoria e o apoio ao fortalecimento dos empreendimentos e o fomento para que formem redes de produção. “Neste caso, além de oficinas, também desenvolvemos atividades e atendimentos mais rotineiros. Ajudamos, por exemplo, tanto na parte contábil quanto a encontrar canais de comercialização. Este trabalho é permanente”, conta Sanchez.
O quarto e último eixo do projeto é o de pesquisa com as mulheres, visando aprofundar o conhecimento sobre a experiência delas nestes empreendimentos de economia solidária, sistematizar suas práticas e fazer com que, a partir de pesquisas, ações e metodologias de cartografias sociais, este conhecimento retorne para estas mulheres e as auxilie em seu processo organizativo.
O docente ressalta que, apesar do papel de fomento que o projeto tem propiciado, o mais importante é que os empreendimentos se fortaleçam enquanto rede, que interajam entre si e se autofortaleçam. “A perspectiva é que estes grupos se autoajudem. Não tendo o apoio da Universidade, que continuem suas redes produtivas, estejam articulados, comercializem entre si, se apoiem.” Para tanto, os integrantes do projeto já deram apoio no fomento da Associação das Mulheres da Economia Solidária (Amesol), na Grande São Paulo, e agora estão colaborando para a formação de outra rede no Vale do Ribeira.
Com a perspectiva de continuidade das ações, surgiu uma nova demanda do Ministério do Trabalho para o próximo semestre: a de assessorar, apoiar e fomentar empreendimentos econômicos solidários de mulheres que moram em ocupações de prédios no centro de São Paulo. “A perspectiva é trabalhar com o movimento de moradia de uma dessas ocupações. São 120 famílias divididas em atividades como produção de marmitas, marcenaria e costura”, explica Sanchez. Para a realização deste último trabalho, o grupo deve ampliar por mais um ano o projeto de extensão, com o apoio do Ministério.
Mais informações sobre as diversas ações do grupo ligadas à economia feminista solidária podem ser obtidas pelo e-mail sanchez.fabio@uol.com.br.
A iniciativa visa atender diretamente 600 mulheres e 60 empreendimentos de economia solidária do Estado de São Paulo. “Para tanto, entre as atividades do projeto estão a assessoria técnica permanente aos grupos; cursos e oficinas de formação e capacitação para as mulheres; ações de fomento e estratégias para melhoria da produção, comercialização e gestão dos empreendimentos, assim como a sistematização e a difusão da metodologia utilizada e dos resultados das ações”, explica Sanchez. As participantes são, majoritariamente, mulheres de baixa renda, distribuídas em duas regiões do Estado: uma parte composta por moradoras das periferias da região metropolitana de São Paulo e, outra, por trabalhadoras rurais, pescadoras e quilombolas do Vale do Ribeira. As atividades desenvolvidas por essas mulheres são variadas, como cerâmica, agricultura familiar, costura, jogos educativos, bonecas, gravuras em vidro, doces, alimentação para eventos, dentre outras. “Há também um número significativo de mulheres que participam dos grupos de economia solidária como forma de conquistar autonomia econômica em seu processo de enfrentamento da violência doméstica”, acrescenta Sanchez.
O projeto, que teve início em 2016 , é composto, além de Sanchez, pela professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) Isabelle Hillenkamp; e pelas estudantes Fernanda Mello, doutoranda no PPGS; Beatriz Carrascosa, mestranda no PPGS; Natália Lobo, do curso de Agroecologia do Campus Araras da UFSCar, além de duas educadoras sociais que acompanham os trabalhos em São Paulo e duas no Vale do Ribeira. As ações são realizadas em parceria com o Ministério do Trabalho e com a Superintendência do Trabalho em São Paulo, além da ONG Sempreviva Organização Feminista (SOF).
Como relata Sanchez, o grupo tem desenvolvido ações em quatro eixos. O primeiro é o de oficinas de qualificação profissional (costura, plantio agroecológico, artesanato, dentre outras) e gestão organizacional (formação em cooperativismo, economia solidária e autogestão; contabilidade; e em questões jurídicas), visando que as mulheres se apropriem de elementos para autogestionarem seus empreendimentos. “Dentro deste eixo, também está um curso mais longo e aberto que estamos oferecendo sobre autogestão e economia solidária, para qualquer pessoa que tenha interesse no assunto. O curso faz parte da construção do que estamos chamando de Escola Paul Singer, que criamos há alguns meses e que tem funcionado no Ponto de Economia Solidária e Cultura, na região do Butantã, na cidade de São Paulo.”
O pesquisador conta que, também dentro deste eixo, são promovidos para as mulheres cursos mais longos que visam a formação em economia feminista e solidária. “Estes dois temas têm muitas coisas em comum, inclusive de pensarem o trabalho para além do assalariamento, caso da economia solidária, e, mais radical ainda, para além do trabalho remunerado, caso da economia feminista. Nesses cursos buscamos discutir essas experiências das mulheres e aproximar a economia feminista e a economia solidária.”
Outro eixo trabalhado no projeto de extensão é o de comercialização dos produtos e serviços dos empreendimentos, no qual são promovidas mensalmente feiras de economia solidária na capital do Estado, reunindo tanto os empreendimentos da Grande São Paulo quanto os dos municípios do Vale do Ribeira. Também são realizadas mostras de empreendimentos de Economia Solidária, eventos mais longos de comercialização de produtos.
O terceiro eixo é a assessoria e o apoio ao fortalecimento dos empreendimentos e o fomento para que formem redes de produção. “Neste caso, além de oficinas, também desenvolvemos atividades e atendimentos mais rotineiros. Ajudamos, por exemplo, tanto na parte contábil quanto a encontrar canais de comercialização. Este trabalho é permanente”, conta Sanchez.
O quarto e último eixo do projeto é o de pesquisa com as mulheres, visando aprofundar o conhecimento sobre a experiência delas nestes empreendimentos de economia solidária, sistematizar suas práticas e fazer com que, a partir de pesquisas, ações e metodologias de cartografias sociais, este conhecimento retorne para estas mulheres e as auxilie em seu processo organizativo.
O docente ressalta que, apesar do papel de fomento que o projeto tem propiciado, o mais importante é que os empreendimentos se fortaleçam enquanto rede, que interajam entre si e se autofortaleçam. “A perspectiva é que estes grupos se autoajudem. Não tendo o apoio da Universidade, que continuem suas redes produtivas, estejam articulados, comercializem entre si, se apoiem.” Para tanto, os integrantes do projeto já deram apoio no fomento da Associação das Mulheres da Economia Solidária (Amesol), na Grande São Paulo, e agora estão colaborando para a formação de outra rede no Vale do Ribeira.
Com a perspectiva de continuidade das ações, surgiu uma nova demanda do Ministério do Trabalho para o próximo semestre: a de assessorar, apoiar e fomentar empreendimentos econômicos solidários de mulheres que moram em ocupações de prédios no centro de São Paulo. “A perspectiva é trabalhar com o movimento de moradia de uma dessas ocupações. São 120 famílias divididas em atividades como produção de marmitas, marcenaria e costura”, explica Sanchez. Para a realização deste último trabalho, o grupo deve ampliar por mais um ano o projeto de extensão, com o apoio do Ministério.
Mais informações sobre as diversas ações do grupo ligadas à economia feminista solidária podem ser obtidas pelo e-mail sanchez.fabio@uol.com.br.
anexos: