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Emboscada com “20 pistoleiros” atacou cinco indígenas, afirma entidade

Filho de Vito Fernandes, indígena morto em confronto do mês passado teria sido preso

 

Por Adriano Fernandes | Campo Grande News
Marcio Moreira, morto em suposta emboscada nesta quinta-feira (14). (Foto: Instagram)
Marcio Moreira, morto em suposta emboscada nesta quinta-feira (14). (Foto: Instagram)

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira (14) a Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani Aty Guasu afirmou que cinco indígenas “caíram” na suposta emboscada, que terminou na morte de Márcio Pereira, de 35 anos, na tarde desta quinta-feira (14), em uma construção abandonada, em Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande.

Dois deles ainda estariam desaparecidos e a suspeita dos indígenas é de que eles estão sendo “torturados pelos pistoleiros”. Cerca de 20 homens armados teriam atacado o grupo, afirma a Aty Guasu. Entre os indígenas estaria Wilis Fernandes Kaiowa, filho de Vito Fernandes Kaiowa (morto no confronto do último dia 24 de junho na Fazenda Borda da Mata) e que teria sido ferido e levado preso para a delegacia pela Polícia Militar. A entidade afirma que a polícia estaria acusando Wilis injustamente de ter arquitetado a emboscada.

Movimentação no local da suposta emboscada. (Foto: Direto das Ruas)
Movimentação no local da suposta emboscada. (Foto: Direto das Ruas)

O quinto indígena teria levado tiros de raspão na cabeça enquanto fugia do ataque. Ele teria reconhecido um dos pistoleiros como sendo um taxista da região, que acumula diversas passagens pela polícia. Os cinco indígenas teriam sido atraídos ao local do ataque próximo da rodovia MS-386, próximo a entrada da aldeia para executar a construção de um muro, mas ao chegarem na construção, se depararam com os atiradores.

O conflito desta quinta-feira aconteceu 20 dias após o outro confronto que ocorreu na região, resultando na morte de Vitor e deixando dezenas de feridos. “Lideranças Guarani  Kaiowa estão se dirigindo para a região que novamente segue em alerta. Em menos de um mês, no mesmo local, aconteceu o massacre de Guapo`y. A mesma região encontra-se hoje novamente sendo atacada pela milícia rural”, diz trecho da nota.

Ninguém diz nada – Assim como no conflito do mês passado, as informações sobre as reais circunstâncias dos ataques são desencontradas e, pelo menos por enquanto, não tem respaldo oficial das forças de segurança.  A Polícia Civil de Amambai não se manifestou sobre a suposta emboscada de hoje, mesmo diante das inúmeras ligações da imprensa. A PC também não confirma que a morte de Márcio tem relação com conflito de dias atrás, mas esteve no local do conflito, conforme imagens compartilhadas via WhatsApp. A Polícia Militar também permanece em silêncio.

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