O campus rural de Nova Andradina também se mobilizou – Foto: Campus Nova Andradina
Antes da mobilização realizada nesta segunda-feira, 13, gestores do IFMS se reuniram para discutir os impactos do bloqueio de crédito orçamentário anunciado pelo Governo Federal.
Estudantes e servidores do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) participaram na manhã desta segunda-feira, 13, de um ato em defesa da educação profissional, científica e tecnológica. Os prédios da instituição em Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas foram “abraçados”.
A mobilização nacional foi organizada pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica diante do bloqueio de crédito orçamentário anunciado pelo Governo Federal no dia 30 de abril.
De acordo com nota emitida pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), do qual o IFMS faz parte, cerca de R$ 900 milhões estão bloqueados, o que representa de 37% a 42% dos recursos de custeio previstos para o funcionamento das unidades.
“Neste momento, a orientação aos diretores de campi e demais gestores é manter todo o planejamento previsto para este primeiro semestre. No final do mês que vem, nós faremos nova avaliação para saber como será o cenário no segundo semestre”, explicou o reitor do IFMS Luiz Simão Staszczak.
No caso do IFMS, dos R$ 40 milhões previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2019, quase R$ 17 milhões estão bloqueados. O valor representa 42% das despesas discricionárias, o que inclui investimentos em obras e aquisição de equipamentos, além do custeio para a manutenção.
Antes do abraço simbólico no prédio da reitoria, em Campo Grande, o reitor Luiz Simão Staszczak explicou aos servidores que os impactos do bloqueio de crédito só serão sentidos no segundo semestre, caso o Governo Federal não volte atrás na medida.
“Neste momento, a orientação aos diretores de campi e demais gestores é manter todo o planejamento previsto para este primeiro semestre, até porque as cotas-limite de empenho até o mês de junho estão garantidas. No final do mês que vem, nós faremos nova avaliação para saber como será o cenário no segundo semestre”, explicou Luiz Simão.
Durante o ato, os servidores da reitoria usaram cartazes com frases como #abraço pela educação” e “buzine pela educação” para chamar a atenção de motoristas que passavam pelo local.
Estudantes e servidores da unidade urbana do IFMS em Nova Andradina mobilizados – Foto: Campus Nova Andradina
Em Nova Andradina, foram feitos atos simbólicos pela educação profissional no campus rural e na unidade urbana do IFMS. O estudante do 7º semestre do curso técnico em Informática, Juliandro Rocha, 18, fez questão de participar.
“Atos como esse são importantes porque chamam a atenção da sociedade para o papel da Rede Federal. A mobilização em vários campi ao mesmo tempo é capaz de dar visibilidade à questão, fazendo com que um maior número de pessoas compreendam a situação orçamentária do IFMS”, pontuou.
Impactos – No início da manhã desta segunda-feira, 13, antes do ato simbólico, gestores do IFMS se reuniram para discutir os impactos do bloqueio de crédito orçamentário para a instituição.
Na reunião, o reitor Luiz Simão Staszczak relatou a pró-reitores e diretores como foram as tratativas em Brasília (DF), na semana passada, para tentar reverter a medida do Governo Federal. O tema foi pauta da 95ª Reunião Ordinária do Conif, que ocorreu entre 7 e 9 de maio.
Uma das agendas dos reitores das instituições que formam a Rede Federal foi com o secretário de Educação Tecnológica do Ministério da Educação, Ariosto Antunes Culau.
“O secretário se comprometeu a estudar uma forma de reduzir os impactos do bloqueio de crédito. Uma das possibilidades é repassar recursos de programas federais às instituições. No caso do Pronatec, por exemplo, são R$ 90 milhões que poderiam ser revertidos aos Institutos Federais, o que já representa 10% do total bloqueado”, comentou.
O reitor também trouxe informações sobre a reunião entre a diretoria do Conif e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, realizada na sexta-feira, 10.
“No encontro, os dirigentes apresentaram as principais ações da Rede
Federal ao ministro. Ficou definido que o Conselho Nacional formalizará
junto ao MEC a lista de instituições que estão na iminência de ter as
atividades paralisadas por não estarem conseguindo honrar com os
compromissos junto aos fornecedores”, relatou.
Outra ação de Luiz Simão em Brasília foi junto à bancada federal de Mato Grosso do Sul, com a entrega de ofícios a senadores e deputados federais.
“Uma das proposições, inclusive, é a de que os três senadores sul-mato-grossenses marquem uma agenda única com o ministro da Educação, em mais uma tentativa de reverter o bloqueio de crédito orçamentário”, explicou o reitor.
Outras ações – Na quarta-feira, 15, estudantes do Campus Campo Grande irão promover um ato em apoio à mobilização pelo Dia Nacional em Defesa da Educação.
A concentração terá início às 9h30, na área de convivência do campus, localizado no Bairro Santo Antônio. Às 10 horas, o grupo seguirá para o canteiro central da Avenida Duque de Caxias com faixas e cartazes.
À tarde, o ato ocorrerá na Praça Ary Coelho, a partir das 14 horas. Estudantes farão a exposição e apresentação de trabalhos desenvolvidos no IFMS. Também estão previstas oficinas, apresentações culturais e rodas de conversa.