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Funai forma grupo de demarcação em terra reivindicada por símbolo de resistência

Área fez parte da luta da líder guarani-kaiowá Damiana Cavanha, que morreu sem ver a demarcação

Por Silvia Frias | Campo Grande News

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Damiana Cavanha (azul), morreu em novembro de 2023, sendo conhecida pela luta dos guarani-kaiowá (Foto: Reprodução/Cimi/Ruy Sposati)

Portaria da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) instituiu grupo técnico para realizar estudos complementares para consolidação do relatório de identificação e delimitação da Terra Indígena Apyka´i, em Dourados, a 251 km de Campo Grande. A área é reivindicada pelos guarani-kaiowá desde a década de 1980 e teve a líder e rezadeira Damiana Cavanha como expoente de resistência pela demarcação.

A portaria do Ministério dos Povos Indígenas foi publicada hoje no Diário Oficial da União, assinada por Mislene Metchacuna Martins Mendes, em substituição na presidência da Funai.

O grupo de estudo tem 180 dias para entrega do relatório circunstanciado de identificação e delimitação da terra indígena.

O local, Apyka’i, na tradução guarani, significa “banquinho”, um lugar de descanso.

No site da Funai, a TI Apyka´i consta como em estudo desde 30 de junho de 2016, com apenas 13% do processo de identificação realizado. Nas outras informações, como população e área, estão marcadas com o sinal de “?”.

Antes disso, na década de 1980, a área já era reivindicada pela família de Damiana Cavanha, até serem expulsos por fazendeiros, o que os levaram a se dispersar pelas reservas indígenas de Dourados e Caarapó.

Em meados dos anos 90, Damiana e sua família tentaram retornar a Apyka’i, mas foram novamente expulsos, repetidas vezes, ao longo dos anos, enquanto o local se transformava em uma fazenda com canaviais às margens da BR-463, perto de Dourados.

Em alguns momentos, Damiana e sua família viveram às margens da rodovia, em outros, em meio às plantações de cana. Os guarani-kaiowá da Apika’y habitavam barracos improvisados, desprovidos de instalações sanitárias e energia elétrica.

Em 2016, foram despejados por ordem judicial, dos barracos erguidos às margens da BR-463.

Damina morreu sem ver a terra demarcada. Morreu em novembro de 2023, depois de se sentir mal. –

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