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Justiça destina parte de indenização para bombeiros, após acidente em Bataguassu

Indicação foi feita pelo juiz da Vara de Trabalho, Antônio Arraes Avelino

Vazamento de gás ocorrido há seis anos em um curtume de Batagussu, que resultou na morte de quatro trabalhadores e deixou 16 feridos, motivou o juiz da Vara da Justiça do Trabalho, Antonio Arraes Branco Avelino a destinar parte da indenização de R$ 5 milhões, para equipar a unidade da corporação, localizada a cerca de 330 quilômetros de Campo Grande.

Recursos foram liberadosem acordo judicial com o frigorífico Marfrig e o Município Público do Trabalho por conta do acidente de trabalho.

O valor recebido pelos Bombeiros foi de R$ 500 mil, que foi utilizado para aquisição de uma lancha com motor, barco com motor, caminhonete 4×4 e mais de 80 tipos de equipamentos, como capacete, macacão, bota, colete, joelheira, cotoveleira, lanterna, nadadeira, cilindro para mergulho, colete salva-vida e para resgate aquático, sonar, prancha naval, mangueira, esguicho, desfibrilador, oxímetro, sinalizador, transceptor móvel, guincho elétrico, maca, circuito de monitoramento interno e aparelhos de musculação para montar uma academia para os militares fazerem exercícios e treinamento.

O Corpo de Bombeiros localizado no município de Bataguassu é responsável pelo atendimento de 450 ocorrências mensais, além de ser responsável por ocorrências registradas no distrito de Casa Verde e os municípios de Santa Rita do Pardo, Anaurilândia e Brasilândia.

LEMBRANÇAS

O tenente Joel Ferreira da Silva é um dos militares que atendeu a ocorrência no dia do acidente e descreve a situação da época, lembrando que apenas dois bombeiros estavam de serviço e a unidade não possuía estrutura para atendimentos de casos graves. “Ao chegar ao local nós vimos cerca de quarenta a cinquenta funcionários no chão. Aqueles que conseguiram sair retornaram para socorrer os que estavam lá dentro e já tínhamos informação de que tinha óbito”, detalha.

Segundo o militar, a solidariedade de bombeiros de outros municípios próximos auxiliou bastante, pois chegaram com outras viaturas e ofereceram ajuda para a unidade de Bataguassu. “Eu entrei em contato com eles pelo rádio e solicitei que parte deles fosse para a Santa Casa porque lá tinha muitos pacientes com parada cardiorrespiratória”, acrescenta.

Outra testemunha é Ulisses Galvan, provedor da Santa Casa local, que lembra a falta de estrutura para receber os pacientes. “Nós não tínhamos nem oxigênio. Tivemos que procurar nas oficinas mecânicas oxigênio para os pacientes que estavam com problemas respiratórios por causa do vazamento de gás. Ambulância nós só tínhamos uma. As cidades vizinhas tiveram que dar suporte”, lamenta.

Após as mortes, a empresa se comprometeu a pagar R$ 5 milhões em indenização por danos morais coletivos, divididos em cinco parcelas a serem pagas entre 2014 e 2018. O Juiz da Vara do Trabalho de Bataguassu, Antonio Arraes Branco Avelino, destinou parte desse recurso para o Corpo de Bombeiros do município.

MODERNIZAÇÃO 

“São equipamentos de ponta que poucas unidades do Estado possuem. Isso faz com que nós tenhamos um trabalho melhor executado junto à sociedade e mais seguro para os bombeiros. Hoje nós somos uma das unidades mais equipadas, um quartel de referência no Estado”, afirma o comandante do Corpo de Bombeiros de Bataguassu, major Teller Soares Ribeiro.

“Hoje a situação é outra. Todos os militares têm o equipamento de proteção individual, capacete, bota, calça e capa de incêndio, luvas, lanternas, joelheira, cotoveleira. E a roupa de proteção de aproximação nível A que tanto fez falta naquele dia hoje nós temos”, comemora o tenente Ferreira.

*Com informações do TRT/MS

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