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Lago artificial pivô de tragédia ambiental foi construído em área de preservação no Nasa Park, diz Ibama

Flagrante caracteriza crime ambiental

Lago foi construído sobre área de APP, configurando crime ambiental (Defesa Civil)

Gabriel Maymone/Midiamax

 

Relatório de fiscalização ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) aponta que lago artificial no loteamento Nasa Park que teve barragem rompida na manhã de terça-feira (20) foi construído em APP (Área de Preservação Permanente).

Conforme noticiado pelo Jornal Midiamax, em 2008, o Ibama aplicou multa de R$ 160 mil após flagrar as irregularidades de ocupação em área de preservação e processos erosivos.

À reportagem, o Ibama informou que a conclusão da fiscalização é que “o dano ambiental não foi reparado, considerando a área de preservação permanente ocupada com o lago artificial e construções, apenas as erosões foram controladas”.

Ainda, conforme o Ibama: “Conclui-se, em síntese, que os processos erosivos foram equacionados, todavia não houve recomposição ou recuperação da vegetação em Área de Preservação Permanente”.

Então, a multa não foi paga pelo proprietário responsável e a cobrança foi parar na Justiça.

Assim, a empresa A&A Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda – proprietária dos loteamentos Nasa Park I e II teve um lote de 1 mil metros quadrados penhorado pela Justiça para garantir o pagamento da multa.

No entanto, Alexandre Alves de Abreu – responsável pela A&A -, briga na Justiça Federal para tentar anular a multa.

Enquanto ocorre o processo de penhora e cobrança de dívida, os sócios da A&A abriram outro CNPJ, desta vez com o nome Nasa Park Empreendimentos Ltda.

Casa atingida pela água após rompimento da represa (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Barragem de lago que rompeu em condomínio de luxo é ‘totalmente’ irregular, diz Imasul

A barragem do lago construído no loteamento de luxo Nasa Park é totalmente irregular. A estrutura nunca recebeu autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para construção e nem certificado ambiental. Além disso, o empreendimento recebe notificações desde 2019 sobre a necessidade de regularizar a barragem, o que nunca foi feito.

A barragem do Nasa Park foi vistoriada pelo órgão em 2019, com a presença do proprietário, e recebeu classificação ‘Alta’ para riscos e danos. Na prática, a classificação significa que a barragem apresentava fissuras e necessidade de melhorias e, caso rompesse, provocaria muitos danos.

Por causa do desastre, o Nasa Park foi autuado em R$ 800 mil, sendo R$ 750 mil de multa para o empreendimento e R$ 50 mil direto ao proprietário, que ainda pode aumentar.

Imagens aéreas mostram rastro de destruição deixado pelo lago, seco após rompimento da barragem no Nasa Park (Divulgação, Defesa Civil)

Rompimento de barragem afetou moradores e meio ambiente

O incidente aconteceu no Nasa Park e afetou moradores, tráfego da BR-163 e até ecossistema da região. Então, uma equipe dos Bombeiros atuou na vistoria da área para analisar as questões de segurança e possíveis irregularidades.

Imagens exclusivas enviadas ao Jornal Midiamax, registradas na área interna do condomínio de luxo mostram uma cratera formada no lado após o rompimento da barragem.

Além disso, destruiu a avenida de acesso para as casas após a formação de um ‘sumidouro’ com o rompimento da barragem.

Assim, em um dos vídeos é possível notar a profundidade e a força da água. Os moradores que fizeram as imagens demonstram preocupação com a situação: “Está rompendo tudo”.

A represa secou após o rompimento da barragem. Imagens registradas por moradores revelam a tragédia ambiental e estrutural na região. “Acabou tudo, só galho e peixe. Tomara que não tenha ninguém em cima dessa ponte”, descreve.

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