O deputado estadual Coronel David voltou a cobrar celeridade no julgamento dos conselheiros afastados do TCE-MS
Daniel Pedra/Correio do Estado
Durante a sessão de ontem da Casa de Leis, a questão foi tema de discussão entre os deputados – Foto: Luciana Nassar / ALEMS
A possibilidade de um pedido de impeachment da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) contra o conselheiro Waldir Neves na vaga que ocupa no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) sugerido pelo deputado estadual Coronel David (PL) já conta com o apoio de outros 15 parlamentares da Casa de Leis.
O possível pedido foi motivado pela deflagração, na quarta-feira, pela Polícia Federal (PF), da Operação Casa de Ouro para combater organização criminosa especializada na fraude de certames licitatórios e no desvio de recursos públicos, cujo principal alvo teria sido o conselheiro, fato negado pelo advogado dele, Ronaldo Franco.
Além do Coronel David, também declaram votos favoráveis ao pedido de impeachment os parlamentares Neno Razuk (PL), Professor Rinaldo (Podemos), Lucas de Lima (PDT), Pedrossian Neto (PSD), Paulo Duarte (PSB), Antonio Vaz (Republicanos), Roberto Hashioka (União Brasil), Zeca do PT, Renato Câmara (MDB), Júnior Mochi (MDB), Márcio Fernandes (MDB), Lia Nogueira (PSDB), Zé Teixeira (PSDB), Jamilson Name (PSDB) e Pedro Caravina (PSDB).
Ainda na sessão de ontem, o deputado estadual Coronel David, que é o presidente da comissão temporária criada pela Assembleia Legislativa para acompanhar o inquérito dos conselheiros afastados do TCE, oficializou, novamente, a reclamação formal ao corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Felipe Salomão, sobre o excesso de prazo nos processos das operações Mineração de Ouro e Terceirização de Ouro, que resultaram no afastamento, além de Waldir Neves, dos conselheiros Ronaldo Chadid e Iran Coelho das Neves.
“O ofício que encaminhei ao CNJ tem o objetivo de agilizar uma resposta efetiva à grande insatisfação que esse caso vem gerando”, Coronel David, explicando a medida tomada sobre o caso dos três conselheiros do TCE.
No novo ofício, o Coronel David questionou a competência dos auditores fiscais substitutos no exercício da função de conselheiros, ressaltando que a Corte de Contas tem sete conselheiros, dos quais três estão afastados desde dezembro de 2022.
“Existe uma insatisfação grande da população e a imprensa nos cobra respostas e iniciativas para a resolução da questão”, explicou.
Segundo o presidente da comissão, há inúmeras reclamações das prefeituras sobre os julgamentos de contas realizados pelos auditores fiscais, o que, segundo ele, “gera uma grande insegurança jurídica” referente à competência desses substitutos.
Outro ponto destacado pelo deputado é que os inquéritos ainda não foram recebidos e que o julgamento sobre o recebimento ou não do processo contra o conselheiro Ronaldo Chadid já foi adiado em sete ocasiões.
Também conforme o parlamentar, a assessoria jurídica da Assembleia Legislativa conduz estudos técnicos para a elaboração de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
“Essa proposta visa conceder plenos poderes ao Legislativo estadual para propor o processo de impeachment de conselheiros do TCE em caso de crime de responsabilidade”, explicou.
A situação se agravou após a PF deflagrar a Operação Casa de Ouro, quando foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a empresários de Campo Grande. Em uma ação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal, a operação faz parte da 3ª fase da Operação Mineração de Ouro, iniciada em junho de 2021, que combate a suposta organização criminosa especializada na fraude de licitações e desvio de recursos públicos, tendo como principal alvo o conselheiro Waldir Neves.
“Reforçamos a necessidade de celeridade no julgamento dos processos para garantir a estabilidade jurídica e a confiança da população nas instituições públicas”, completou o deputado estadual, reforçando que, quem tem a obrigação de fiscalizar os atos da administração pública, não pode ter qualquer suspeita de desvio de conduta.
O Coronel David acrescentou que, por conta disso, oficializou novamente o corregedor do CNJ.
“O ofício que encaminhei ao CNJ tem o objetivo de agilizar uma resposta efetiva à grande insatisfação que esse caso vem gerando. Continuaremos vigilantes e firmes na busca da Justiça”, finalizou, revelando que os estudos técnicos devem ser entregues depois do recesso parlamentar, ou seja, depois do dia 17 de agosto.