Vale do Ivinhema Agora
Campo Região

Manejo integrado do fogo é testado em área do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema

 

A técnica de utilizar o próprio fogo para prevenir incêndios florestais foi testada pela primeira vez em uma unidade de conservação estadual no último fim de semana. Equipes do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Corpo de Bombeiros e pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) executaram a queima prescrita em uma área do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, região Sudeste do Estado.

“Trata-se de aplicar o fogo conscientemente em uma área específica e controlar cuidadosamente para garantir que não se espalhe. Essa ação é acompanhada por profissionais especializados e com a devida licença do órgão ambiental competente. A queima prescrita tem o objetivo de limpar fontes que podem gerar riscos potenciais de surgimento de um incêndio florestal no período de estiagem”, explicou o tenente coronel do Corpo de Bombeiros Leonardo Congro, assessor da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e presidente do Comitê Estadual do Fogo.

Em 2020, um incêndio que teve início provável pela queda de um raio, destruiu mais de 40 mil hectares do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, na região Norte do Estado. Foram 12 dias de luta contra o fogo que mobilizou mais de uma centena de soldados do Corpo de Bombeiros e brigadistas, avião, caminhões e equipamentos. Mesmo assim, cerca de 75% da área do parque foi destruída pelo fogo.

Nesse mesmo ano o fogo destruiu cerca de 4 milhões de hectares do Pantanal (em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), conforme dados do LASA (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ). Desde então, o Estado tem mobilizado recursos e conhecimentos para prevenir e controlar incêndios, sendo a Queima Prescrita uma medida considerada eficaz.

No Parque das Várzeas do Ivinhema foram queimados cerca de 50 hectares. A equipe chegou pela manhã do sábado (30), por volta das 8h, segundo relata o pesquisador da UFMS, Alexandre de Matos Martins Pereira. “As primeiras providências foram avaliar as condições do clima, do material a ser queimado, os aceiros, distribuir a equipe e cuidar de todos os detalhes da segurança”, explicou.

Para que a queima seja de baixa intensidade com propagação lenta, o avanço das chamas vai na direção contrária do vento. Também é reservado um espaço sem fogo para possibilitar a fuga dos animais que está na área. “Isso aconteceu, como pudemos constatar. Foram vistos animais saindo do local, cobras, pequenos roedores, tatus”, descreveu.

O fogo foi ateado às 10h e demorou até as 13h para queimar cerca de 16 hectares. “Tudo aconteceu dentro do previsto, sem nenhum incidente, com total segurança tanto para a equipe como para os animais”, assegurou Pereira.

Entre os dias 5 a 7 de julho a técnica será testada no Parque Estadual das nascentes do Rio Taquari, em uma área um pouco menor. O objetivo desses testes é conhecer na prática o comportamento do fogo e ajustar a técnica, se for necessário. A queima sendo feita sob controle, elimina a massa orgânica acumulada que se torna risco iminente de incêndio.

Related posts

Polícia recupera 126 cabeças de gado furtadas e remarcadas avaliadas em R$ 400 mil

Anaurelino Ramos

Prefeitura de Angélica divulga gabarito de concurso

Anaurelino Ramos

Plantões de telemedicina podem reduzir filas de espera por especialidades em Nova Andradina

Anaurelino Ramos

Deixe um Comentário