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Ministério das Mulheres, Estado e gestões municipais unem forças para combater o feminicídio em MS

“A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e  fome”.

O poema de Conceição Evaristo, entoado na voz e corpo de Romilda Pizani, iniciou a programação do 1º Fórum Estadual de Gestoras de Organismos de Políticas para as Mulheres nesta quinta-feira (1). A data não foi escolhida ao acaso, 1º de junho é o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio em Mato Grosso do Sul.

O auditório da Casa da Mulher Brasileira abriu as portas para receber as gestoras de organismos de políticas para as mulheres de todo o Estado e a diretora de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Carla Ramos.

Subsecretária das Mulheres, Cristiane Sant’Anna ressalta importância do fortalecimento das redes nos municípios. (Foto: Matheus Carvalho)

Anfitriã do evento, a subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Cristiane Sant’Anna ressaltou que o diálogo e a discussão são fundamentais para traçar estratégias de enfrentamento ao feminicídio.

“Este é o mês do enfrentamento ao feminicídio, e nós convidamos as gestoras que coordenam as redes municipais de atendimento à mulher em todo o Estado para ouvi-las. É um fórum extremamente pedagógico para nos articularmos, porque é preciso acolher as mulheres, mas também precisamos fazer políticas públicas de forma organizada, colocando as mulheres no orçamento”, ressaltou Cristiane.

Feminicídio

Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), nos cinco primeiros meses de 2023, nove mulheres foram assassinadas apenas por serem mulheres.

“Nós sabemos que o feminicídio é a última etapa da violência contra a mulher e o nosso papel, enquanto o Governo, é não deixar que chegue até esta fase. Para isso, a rede de atendimento à mulher é extremamente importante, e a Subsecretaria está trabalhando na capacitação das redes locais”, destaca Cristiane.

Secretária-adjunta de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Viviane Luiza relembrou que no dia 1º de junho de 2015, oito anos atrás, morria a primeira vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul, Isis Caroline, depois da qualificação do crime.

“Convido vocês a fazerem uma reflexão: de 2015 até hoje, o que nós temos? O quanto ainda precisamos avançar? Temos um pouco mais de mulheres em cargos que devem ser ocupados por nós. Tenho certeza de que a luta no município de vocês é difícil, mas temos certeza de que com a construção coletiva, a gente pode fazer muito além”.

Fortalecimento de OPM’s

A Diretora de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Carla Ramos, explicou às gestoras a estrutura do Ministério das Mulheres e toda a responsabilidade que o Governo Federal tem na mudança do panorama dramático que as mulheres vêm enfrentando no País.

Para a diretora do Ministério das Mulheres, Carla Ramos, estruturação de OPM’s e trabalhar autonomia e participação das mulheres são políticas que podem combater feminicídios. (Foto: Matheus Carvalho)

“Cada Estado tem suas particularidades históricas, e seu contexto político também explica porque as dinâmicas estão mais acentuadas aqui do que em outros lugares. É uma complexidade de muitos fatores reunidos que causam um estado de violência”, fala Carla.

Ao avaliar os números de feminicídios em Mato Grosso do Sul, a diretora do Ministério das Mulheres pontua que com políticas adequadas é possível superar o momento tão dramático.

“Estamos no momento de fortalecer as OPM’s, os organismos de políticas públicas para as mulheres, que são as secretarias, subsecretarias, coordenadorias. Este fórum vem trabalhar nisso, e é um objetivo importante do nosso Ministério, ao longo dos próximos anos, fortalecer, consolidar e ampliar a rede de estrutura política de secretarias de estados e municípios dedicados às políticas públicas para as mulheres”.

Para Carla, o caminho no combate é deixar organismos de políticas públicas bem organizados e autônomos, tendo a participação intensa de mulheres como gestoras.

“Não podemos mais falar de nós sem a nossa presença, e vale lembrar que o feminicídio é a última parte, e tudo aquilo que vem antes precisa ser cuidado, tanto na área de autonomia econômica, quanto na área de participação das mulheres. A sociedade brasileira está sendo cada vez mais chamada a pensar, a se repensar e combater misoginia”.

Fórum

O 1º Fórum Estadual de Gestoras de Organismos de Políticas para as Mulheres tem programação também nesta sexta-feira (2), das 8h30 às 12h, na Casa da Mulher Brasileira, R. Brasília, Lote A, Quadra 2 s/n – Jardim Imá.

Auditório da Casa da Mulher Brasileira foi palco das discussões e estratégias para fortalecimento de organismos de políticas públicas para as mulheres. (Foto: Matheus Carvalho)


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