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Polícia Política

Ministro diz a Castro que PF resolveu caso Marielle com 7 homens após polícia do Rio falhar por 5 an

A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelos canais do governo federal. O governador respondeu, dando início a um princípio de mal-estar

Neri Kaspary/Correio do Estado

 

 

Presidente Lula e ministros se reuniram ontem com representantes dos estados para discutir problemas da segurança pública

Presidente Lula e ministros se reuniram ontem com representantes dos estados para discutir problemas da segurança pública

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (31) que a Polícia Federal resolveu o caso Marielle Franco com apenas sete homens, enquanto que o governo do Rio não conseguiu fazê-lo em cinco anos.A fala aconteceu em reunião no Palácio do Planalto, para a apresentação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública. Lewandowski estava em frente ao governador do Rio, Claudio Castro (PL).

A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelos canais do governo federal. O governador respondeu, dando início a um princípio de mal-estar. No entanto, a sua réplica não foi captada pelos microfones.

O presidente Lula (PT) convocou uma reunião com os governadores e chefes de Poderes para a apresentação da PEC da Segurança Pública. Estavam presentes chefes de governo estaduais.

Lewandowski resolveu dar o exemplo do caso Marielle Franco, quando mencionou uma das mudanças previstas na PEC, que permite que a Polícia Federal possa ter a atribuição de enfrentar milícias privadas. Citou que na prática isso já acontece, com eficiência, e que a proposta pretende constitucionalizar essa questão.

“Isso ocorreu no caso Marielle, por cinco anos. Me desculpe, governador Claudio Castro. A Polícia do Rio de Janeiro demorou cinco anos para elucidar o crime e não elucidou. A valorosa, combativa Polícia Federal entrou, com sete homens, desvendou esse lamentável crime”, afirmou o ministro da Justiça.
Claudio Castro então rebate a fala de Lewandowski, mas sua fala não foi capturada pelos microfones. O representante do governo Lula, então, busca contemporizar, afirmando que governo federal e estadual colaboram de maneira próxima.

“Mas não é crítica. Estamos colaborando muito proximamente, governador Claudio Castro. O [secretário nacional de Segurança Pública] Mário Sarrubbo foi ao Rio, atendendo o seu pedido. Estamos em pleno diálogo, plena conversação”, acrescentou.

A declaração de Lewandowski também acontece em meio ao julgamento dos supostos assassinos da vereadora do PSOL. Pouco depois da fala do ministro, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados pela morte de Marielle e Anderson Gomes.

CONDENADOS

Após mais de seis anos de investigações, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados nesta quinta-feira (31) pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro.

Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, além de 30 dias-multa. Élcio foi sentenciado em 59 anos e 8 meses, além de 10 dias-multa. Como ambos fizeram delação, eles não devem cumprir toda a sentença.

O veredito foi proferido após julgamento do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que começou às 10h30 de quarta-feira (30) e foi concluído às 18h26 desta quinta-feira (31).

Eles foram condenados a pagar uma indenização por dano moral de R$ 706 mil para cada um dos seguintes parentes das vítimas: Marinete da Silva (mãe de Marielle), Mônica Benício (viúva), Luyara Franco (filha), Agatha Arnaus (viúva de Anderson) e Arthur (filho de Anderson). Também terão de pagar uma pensão ao filho de Anderson, que tem problemas de saúde, até ele completar 24 anos —ele tem 8.
(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS) 

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