A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelos canais do governo federal. O governador respondeu, dando início a um princípio de mal-estar
Neri Kaspary/Correio do Estado
Presidente Lula e ministros se reuniram ontem com representantes dos estados para discutir problemas da segurança pública
A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelos canais do governo federal. O governador respondeu, dando início a um princípio de mal-estar. No entanto, a sua réplica não foi captada pelos microfones.
O presidente Lula (PT) convocou uma reunião com os governadores e chefes de Poderes para a apresentação da PEC da Segurança Pública. Estavam presentes chefes de governo estaduais.
Lewandowski resolveu dar o exemplo do caso Marielle Franco, quando mencionou uma das mudanças previstas na PEC, que permite que a Polícia Federal possa ter a atribuição de enfrentar milícias privadas. Citou que na prática isso já acontece, com eficiência, e que a proposta pretende constitucionalizar essa questão.
“Isso ocorreu no caso Marielle, por cinco anos. Me desculpe, governador Claudio Castro. A Polícia do Rio de Janeiro demorou cinco anos para elucidar o crime e não elucidou. A valorosa, combativa Polícia Federal entrou, com sete homens, desvendou esse lamentável crime”, afirmou o ministro da Justiça.
Claudio Castro então rebate a fala de Lewandowski, mas sua fala não foi capturada pelos microfones. O representante do governo Lula, então, busca contemporizar, afirmando que governo federal e estadual colaboram de maneira próxima.
“Mas não é crítica. Estamos colaborando muito proximamente, governador Claudio Castro. O [secretário nacional de Segurança Pública] Mário Sarrubbo foi ao Rio, atendendo o seu pedido. Estamos em pleno diálogo, plena conversação”, acrescentou.
A declaração de Lewandowski também acontece em meio ao julgamento dos supostos assassinos da vereadora do PSOL. Pouco depois da fala do ministro, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados pela morte de Marielle e Anderson Gomes.
CONDENADOS
Após mais de seis anos de investigações, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados nesta quinta-feira (31) pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro.
Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, além de 30 dias-multa. Élcio foi sentenciado em 59 anos e 8 meses, além de 10 dias-multa. Como ambos fizeram delação, eles não devem cumprir toda a sentença.
O veredito foi proferido após julgamento do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que começou às 10h30 de quarta-feira (30) e foi concluído às 18h26 desta quinta-feira (31).
Eles foram condenados a pagar uma indenização por dano moral de R$ 706 mil para cada um dos seguintes parentes das vítimas: Marinete da Silva (mãe de Marielle), Mônica Benício (viúva), Luyara Franco (filha), Agatha Arnaus (viúva de Anderson) e Arthur (filho de Anderson). Também terão de pagar uma pensão ao filho de Anderson, que tem problemas de saúde, até ele completar 24 anos —ele tem 8.
(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)