Levantamento feito pelo jornal Estado de São Paulo mostra que há 679 propriedades rurais sob domínio de estrangeiros no estado
por: campograndenews
Mato Grosso do Sul é o 6º estado com maior porção de terras nas mãos de estrangeiros no Brasil. O levantamento é do jornal Estado de São Paulo, que identificou em todo o país “um estado do Rio de Janeiro” sob domínio de estrangeiros. São 3,617 milhões de hectares, a maioria, explica o jornal, em nome de empresas, 2,324 milhões de hectares. São 28.323 propriedades, 1,293 milhão de hectares em nome de pessoas físicas.
Em Mato Grosso do Sul há 679 propriedades rurais, tanto em nome de empresas, quanto de pessoas de outros países. Segundo o levantamento, as principais atividades por aqui são pecuária, agricultura e reflorestamento. Os países com maior presença no território sul-mato-grossense, aponta a pesquisa, são Portugal, Japão, Espanha, Paraguai e Líbano.
O levantamento foi motivado por declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), sobre a preocupação com a presença chinesa em terras brasileiras. Segundo Bolsonaro, os chineses tem avançado sobre “nossas terras agricultáveis” e que, dessa forma, “a segurança alimentar do País está em risco”.
O que a pesquisa do jornal mostra, no entanto, é que essa não é a realidade fundiária do País. A China, afirma o Estadão, tem atuação “quase irrelevante”. As declarações de Bolsonaro também não devem agradar a bancada ruralista. Isso porque desde o ano passado deputados tentam emplacar projetos para tornar mais flexível a legislação que permite a venda de terras para estrangeiros no Brasil. O jornal afirma que, por enquanto, a venda de terras segue parada desde 2010.
Estados com maior presença de estrangeiros – Minas Gerais, na região Sudeste, lidera o ranking dos estados com mais propriedades rurais nas mãos de estrangeiros. São 653.798 hectares. Em seguida está Mato Grosso, com 467.032 hectares, São Paulo com 386.417, Pará, com 340.179 hectares e Bahia com 292.236 hectares.
Para contabilizar a presença de estrangeiros, o jornal acessou o SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural), banco de dados administrado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). As informações contemplaram áreas compradas ou arrendadas, localização, quem são os donos internacionais dessa terra e para que a utilizam.