Servidor lotado na unidade especializada de luta contra as drogas foi preso junto com outras nove pessoas perto de Mundo Novo; quadrilha mandava maconha para o Brasil em lanchas
por: campograndenews
Mais uma estruturada quadrilha de fornecimento de maconha para o Brasil foi desarticulada em território paraguaio, desta vez em Salto Del Guairá, capital do departamento de Canindeyú e vizinha de Mundo Novo (MS). Dez pessoas foram presas ontem (1º) na operação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), da Polícia Nacional e do Ministério Público do Paraguai.
Entre os presos está até um assistente do promotor de Justiça de Salto Del Guairá. Wilson Gauto Campuzano, 33, atuava na unidade especializada na luta contra o narcotráfico na cidade paraguaia, mas foi contratado pelos traficantes para passar informação sobre as ações da Promotoria contra as drogas.
Além dele, foram presos o chefe da quadrilha e principal financiador do esquema, Flaviano Gimenez, 46, e seu filho e braço direito no tráfico Flavio Junior Gimenez Spaini, 23.
A operação prendeu ainda o ex-suboficial da Marinha paraguaia Jorge Daniel Zorrilla Vera, 42, o ex-suboficial da Polícia Nacional Miguel Ángel Torres Ramirez, 32, os colaboradores da quadrilha Derlis Nicolás Agüero Ramírez, 30, e Cristian Mancuello Ferreira, 35, além do mecânico de lanchas brasileiro Orlando dos Santos Fernandes, 56.
Na fazenda do chefe da quadrilha foi preso outro envolvido no tráfico, Wilberto Fariña Báez, 31, e Ramón Gimenez, que não teve seu envolvimento detalhado pela Senad.
Em uma transportadora de Salto Del Guairá para onde a maconha era levada em pequenos caminhões e depois transportada para o Brasil em lanchas pelo Rio Paraná, os policiais apreenderam quase 16 toneladas da droga.
Também foram apreendidos 16 veículos, dois barcos, três fuzis semiautomáticos calibre 5.56, munições e silenciadores, todos de uso proibido tanto no Paraguai quanto no Brasil.
Segundo a Senad, a transportadora usada pela quadrilha como entreposto da droga funcionava atrás da Aduana de Salto Del Guairá, a 650 metros do Rio Paraná.
A investigação sobre a atuação da quadrilha durou um ano. A Senad chegou ao esquema após serem interceptadas ligações telefônicas e conversas por rádios comunicadores.
Por conhecer o Rio Paraná, o ex-suboficial da Marinha Jorge Vera tinha papel fundamental no envio de maconha para o Brasil em lanchas rápidas. A Senad apreendeu uma lista com nomes de autoridades da Marinha e da Polícia Nacional que recebiam propina para facilitar a passagem dos carregamentos de maconha.