Droga boliviana era armazenada em fazendas no Paraguai
O traficante sul-mato-grossense Jarvis Chimenes Pavão, um dos pioneiros do Narcosul, esquema de distribuição de entorpecentes que opera em toda a América do Sul, foi condenado na semana passada a 13 anos e seis meses de reclusão. Segundo sentença da 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS), ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Suçuarana, há quatro anos, pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico.
Segundo o MPF, Pavão atuava na fronteira com o Paraguai, entre as cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, investindo na importação de cocaína da Bolívia. A droga era armazenada em fazendas localizadas em solo paraguaio e, em momentos oportunos, era despachada a traficantes brasileiros pelo território de Mato Grosso do Sul.
Na ocasião da denúncia do MPF, Jarvis estava preso no Paraguai, aguardando sua extradição para o Brasil e, por isso, acabou sendo julgado em separado dos demais denunciados pela operação. A investigação consumiu um ano de trabalho. As apreensões de drogas feitas a partir das investigações ultrapassaram a marca de uma tonelada de cocaína.
Em julho de 2015, a Justiça Federal condenou outras onze pessoas que participavam da organização que usava caminhões de uma empresa de transportes especialmente preparados para traficar a droga do Mato Grosso do Sul para o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Pavão, extraditado para o Brasil em dezembro de 2017, já havia sido condenado em maio deste ano pela 5ª Vara Federal de Caxias do Sul (RS) por tráfico internacional de drogas em outra denúncia. Ele cumpre pena no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e não poderá apelar da decisão em liberdade.