Vale do Ivinhema Agora
Região

Perícia constata erros primários na construção da ponte que desabou

A perícia técnica contratada pelo Governo do Estado constatou que a ponte que desabou em Jardim durante um temporal em abril deste ano foi mal dimensionada e teve erros básicos durante sua execução. Obra foi feita pela mesma empreiteira responsável por outra ponte que caiu, mas em Guia Lopes da Laguna, em janeiro de 2016.

O laudo, encomendado pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), aponta uma série de falhas no projeto de execução e conclui que a ponte não atendia os quesitos mínimos de segurança e estabilidade necessários. “O afundamento da terceira linha de pilares escancara a falta de confiabilidade na execução das fundações e fica evidenciado que o projeto não é adequado para o local”, cita o documento.

A queda da ponte isolou uma importante região produtora de grãos e de agricultura familiar de Jardim, prejudicando o escoamento da safra de soja e o transporte de estudantes para as escolas rurais. Na época, a Agesul fez um desvio.

Ainda segundo o laudo, elaborado pela Etelo Engenharia de Estruturas, a queda da ponte inaugurada em 2014 é consequência de uma série de erros primários. A base de sustentação do lado direito, por exemplo, com uma viga de concreto apoiada em blocos com estacas, foi construída sobre o barranco, distante da margem do rio. Foi constatado também que os pilares da mesma linha foram construídos sobre um maciço de terra arenosa que adentrava o rio.

“Houve um acentuado recalque nas fundações da terceira linha de pilares, ocasionando um afundamento da estrutura”, aponta o laudo assinado pelo engenheiro Carlos Liberato Portugal. “Face às características da vegetação nas margens, a proximidade dos pilares na calha do rio aumenta significativamente a possibilidade de obstrução do canal pelo acúmulo de vegetação que roda durante as enchentes”, concluiu o parecer.

PROBLEMA REPETIDO

19A mesma empresa de engenharia realizou a vistoria na ponte construída pelo governo anterior sobre o rio Santo Antônio, na MS-382, em Guia Lopes da Laguna, que desabou em janeiro de 2016. O laudo apresenta falhas críticas no projeto de execução, desde a ausência das armaduras de ligação das travessas com os pilares ao solapamento do aterro e consequente deslocamento da cortina.

A Etelo concluiu que o fato de a ponte ser curta – possuir 72 metros – para a extensão do rio acelerou o solapamento do aterro que se apoia a cortina da margem direita, ocorrendo o “colapso progressivo” da estrutura. A empresa construtora tentou reaterrar o local, mas a cortina já tinha sofrido um deslocamento horizontal. “Essas falhas tornaram a ponte instável para qualquer intercorrência, como movimentação de uma cortina ou de um pórtico de apoio”, apontou. (Correio do Estado)

Related posts

PRF apreende 129 Kg de maconha em Bataguassu

Anaurelino Ramos

Medalha Coronel PM Adib Massad: Hashioka homenageia delegados de MS

Anaurelino Ramos

Julgamento das contas do ex-prefeito Beto Sãovesso foi remarcado para o dia 02 de dezembro

Anaurelino Ramos

Deixe um Comentário