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Reunião termina sem acordo e indígenas mantêm acampamentos

MPF deve sinalizar alternativas para resolver invasões de terra na próxima segunda (29)

Por Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | Campo Grande News

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Tereza Cristina, deputados e Marcelo Bertoni durante reunião no MPF. (Foto: Leandro Holsbach)

 

Indígenas continuam acampados frente na Terra Parambi/Lagoa Rica, área de disputa entre produtores rurais de Douradina, após reunião de intermediação realizada nesta segunda-feira (22), na sede do MPF (Ministério Público Federal) em Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande.

O teor das conversas realizadas hoje não foi revelado à imprensa. No entanto, uma nova reunião foi agendada para a próxima segunda (29). “Tentamos sinalizar alternativas para resolver a situação. Surgiram algumas hipóteses, mas nada foi fechado. As negociações continuam até o próximo encontro”, disse o advogado Anderson Santos, que representa o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Mais cedo, manifestantes liderados pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) estiveram em frente ao MPF. “Invasão é crime” e “paz no campo” foram as principais frases estampadas em cartazes e faixas levadas para o ato. A senadora Tereza Cristina (PP) também esteve no local.

“A gente sabe que os ânimos estão bem acirrados dos dois lados e a qualquer hora esse conflito pode explodir com mais violência. Estamos aqui para evitar que isso aconteça. Parece que é um indígena de Juti que está alimentando [as ocupações] contra a vontade do cacique da aldeia. Vários são contra a invasão”, afirmou Rodolfo.

A senadora, Rodolfo Nogueira, o também deputado federal Marcos Pollon (PL) e os deputados estaduais Coronel Davi (PL) e Gleice Jane (PT) participam da reunião, mediada pelo procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida. O presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, estiveram presentes.

O produtor rural Reinaldo Félix de Souza diz que uma das propriedades ocupadas é de sua família desde a década de 70 e está preocupado com o plantio da safra. “O produtor precisa preparar a terra para a próxima safra, mas em área invadida não se pode entrar. Sem contar que ainda tem muita lavoura de milho para ser colhida. Vai atrasar o plantio de soja, afetar a economia do município e do estado”, afirmou.

Entenda – Na última semana, vídeos divulgados em redes sociais de entidades que lutam pela causa indígena mostram produtores rurais arrancando estacas que seriam usadas para montagem de barracos e caminhonetes circulando em volta de acampamentos.

Os dois lados se acusam mutuamente de incendiar a palha de lavouras de milho no entorno da Aldeia Panambi/Lagoa Rica. Equipes da Força Nacional seguem na área para evitar confrontos.

Uma comitiva de representantes dos povos indígenas foi à região para averiguar essa e outras denúncia de violência. São membros do MPI (Ministério dos Povos Indígenas), Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), MPF (Ministério Público Federal) e lideranças estaduais foram escoltadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal).

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