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Meio Ambiente

Sistema de satélites em MS já flagrou desmatamento até em fazenda de Michel Teló

Monitoramento é realizado com imagens de 10 satélites que passam diariamente por todo Estado, diz secretário

Por Mylena Fraiha e Kamila Alcântara | Campo Grande News

Mato Grosso do Sul conta com um sofisticado sistema de monitoramento por satélite que permite identificar desmatamentos irregulares em todo o Estado. Foi esse mesmo sistema que, no ano passado, flagrou que a família do cantor sertanejo Michel Teló havia desmatado ilegalmente na Fazenda Esperança, localizada na zona rural de Campo Grande.

Mato Grosso do Sul possui um avançado sistema de monitoramento por satélite que detecta desmatamentos ilegais, como o caso da Fazenda Esperança, de Michel Teló, que desmatou irregularmente 1,596 hectares. O sistema, operado pelo Imasul, utiliza dez satélites que capturam imagens diárias do território, permitindo a identificação de alterações na vegetação e a emissão automática de embargos e multas em caso de desmatamento sem licença. O secretário Jaime Verruck destacou que, mesmo pequenas áreas desmatadas, como meio hectare, são monitoradas, e o processo é comparado a um “Big Brother Brasil” ambiental, onde tudo é vigiado e ações corretivas são exigidas para a recuperação das áreas afetadas.

O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, explicou o funcionamento desse sistema durante o seminário “Desafios Socioambientais Contemporâneos”, realizado nesta sexta-feira (18), no Tribunal de Justiça.

Verruck destacou que o sistema utilizado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) opera com dez satélites que passam diariamente sobre o território sul-mato-grossense. “Os satélites capturam uma série de informações, incluindo fotografias do território. Um satélite passa de manhã, outro à tarde, e o nosso software próprio processa essas imagens, sobrepondo-as dia após dia”.

Segundo ele, o sistema consolida as imagens a cada 15 dias e, caso seja detectada alguma alteração na vegetação, o software verifica automaticamente o CAR (Cadastro Ambiental Rural) da propriedade envolvida.

Se não houver licença para o desmatamento, o embargo é emitido automaticamente, independentemente do tamanho da área desmatada. “Não interessa o tamanho. Se faz meio hectare, já pega”, reforçou o secretário.

Após a identificação de desmatamento ilegal, Verruck explica que são emitidos alertas, aplicadas multas e exigidas medidas de recuperação da área afetada, como a elaboração de um plano de recuperação ambiental ou a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).

Verruck também explicou que, caso o desmatamento seja autorizado, o caso é enviado a um analista. “O satélite não sabe, até então, se é ilegal. Se o desmatamento foi realizado dentro da legalidade, então não há problema nenhum”.

Caso da família Teló – Durante a palestra, o secretário comparou o monitoramento ao estilo “Big Brother Brasil”, onde tudo é vigiado, e citou um “cantor famoso” que foi flagrado em uma dessas operações, sem mencionar o nome.

O caso do sertanejo Michel Teló, dono da Fazenda Esperança, ganhou notoriedade quando o Imasul flagrou no ano passado o desmatamento irregular de 1,596 hectares, inclusive de APP (Área de Preservação Permanente) e áreas úmidas.

Segundo o laudo de constatação, o desmatamento envolveu 0,604 hectares de APP e 0,992 hectares de área úmida onde foi construído um tanque. A Fazenda Esperança, pertencente a Teló e sua família, já havia enfrentado desafios com a regularização ambiental, especialmente após decidirem plantar soja na propriedade.

César Teló, registrado como o responsável pelo CAR da fazenda, foi multado em R$ 4 mil e teve um prazo de 60 dias para apresentar um Prada (Projeto de Recuperação de Área Degradada e Alterada), além de regularizar a supressão vegetal realizada fora da área de preservação. O plantio de soja na fazenda começou em 2024, após o cumprimento das exigências ambientais. –

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