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Saúde

Teleconsultoria acelera diagnóstico e tratamento de câncer bucal em Mato Grosso do Sul

Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul 

Plataforma digital já viabilizou diagnóstico precoce de 181 casos no estado, reduzindo tempo entre identificação e tratamento

 

O sistema de teleconsultoria em saúde bucal utilizado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) está agilizando a identificação precoce em Mato Grosso do Sul, com 181 casos de alterações na mucosa oral relatados e 124 orientações especializadas realizadas à distância. A tecnologia vem garantindo agilidade no diagnóstico e encaminhamento para tratamento, especialmente em municípios com menor acesso a especialistas, e está sendo disponibilizada aos profissionais das unidades de APS (Atenção Primária à Saúde) como suporte no atendimento à população.

O primeiro caso identificado pela plataforma ocorreu em Jaraguari, atendido pela cirurgiã-dentista Hazelelponi Querã Naumann Cerqueira Leite. Ela detalha o processo explicando se tratar de um paciente que inicialmente solicitou atendimento para avaliação odontológica de rotina. “Detectei vários problemas e solicitei radiografias, mas ele não retornou para continuar o tratamento. Três meses depois, apareceu com forte dor dentária e caroços no rosto”, relembra.

“Quando o avaliei na emergência, percebi que não se tratava de um problema dental comum. Os nódulos faciais e o comprometimento dos linfonodos cervicais levantaram suspeitas imediatas. Prescrevemos medicação para dor e registramos o caso no aplicativo, com fotos e todo o histórico. E foi por meio da teleconsultoria que os especialistas confirmaram a suspeita de carcinoma”, detalha.

De acordo com ela, o paciente, que havia buscado atendimento emergencial no fim de semana, retornou com exames de imagem indicando neoplasia. Com base nas orientações recebidas, ela realizou a biópsia, preparou o material conforme protocolo e foi analisado pelo Laboratório de Patologia Oral na FAODO-UFMS (Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

“Em 7 a 10 dias, veio o diagnóstico definitivo de carcinoma espinocelular, o que nos permitiu agilizar seu encaminhamento para oncologia. Essa tecnologia foi crucial – desde a avaliação inicial até o diagnóstico final, conseguimos reduzir significativamente o tempo de espera, o que fez toda a diferença no prognóstico do paciente”, concluiu a dentista.

Lei dos 60 Dias e eficiência no atendimento

O sistema tem sido fundamental para cumprir a Lei 12.732/2012, conhecida como Lei dos 60 Dias, que garante tratamento oncológico no SUS (Sistema Único de Saúde) em até dois meses após o diagnóstico. Em regiões com pouco acesso a especialistas, a teleconsultoria reduz atrasos e melhora significativamente o prognóstico dos pacientes. O suporte agiliza o trabalho dos dentistas que atuam nas unidades de saúde de atenção primária. E eles conseguem, inclusive, após cumprido o devido processo, inserir os casos confirmados na regulação já solicitando vaga para a oncologia.

Desenvolvido pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba), ele teve ajustes feitos para se adequar à realidade em MS e tem sido amplamente utilizado pelos profissionais, que contam com respaldo e suporte técnico da SES nesse processo. Sobre os dados a partir dele levantados, a análise revela que 24,8% dos casos relatados afetam a região do palato, enquanto fatores como tabagismo (presente em 19,6% dos pacientes) e etilismo (3,8%) se mostraram relevantes no perfil epidemiológico. Municípios com menor estrutura foram os que mais se beneficiaram com o suporte remoto.

A iniciativa demonstra como a tecnologia pode transformar a saúde pública, garantindo atendimento ágil e democratizando o acesso a especialistas. Com os profissionais já cadastrados desde o mês de abril, a expectativa é que mais casos sejam identificados e tratados com agilidade em todo o estado.

Coordenadora de Saúde Bucal da SES, Giovana Buzinaro relata que tem sido feito um trabalho constante com os municípios. A proposta é que a ferramenta possa, cada vez mais, encurtar o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. “Essa ferramenta não só agiliza diagnósticos, mas também capacita continuamente nossos profissionais da Atenção Primária, melhorando a qualidade do atendimento em todo o estado”, finaliza.

Danúbia Burema, Comunicação SES

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