Fetems explica que protocolo de biossegurança é detalhado, mas defende que rede estadual não tem condições de cumprir normas
Uma reunião foi realizada pelo Comitê Estadual Provisório de Volta às Aulas na manhã desta quinta-feira (24) para discutir o retorno das aulas nas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul. Na reunião, que foi realizada online, foram apresentados protocolos com medidas de biossegurança para evitar a transmissão do coronavírus entre os alunos. Uma nova reunião deve ser realizada em 15 dias, quando o Governo de MS pode ter uma definição sobre o retorno das aulas. O decreto de suspensão de aulas presenciais fica em vigor até o dia 8 de outubro, quando uma nova determinação deve ser publicada.
O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, esteve na reunião e explica que o protocolo para o retorno das aulas é bastante detalhado e bem feito. Porém, ele acredita que as escolas ainda não têm condições de executar todas as regras para evitar a transmissão do coronavírus.
“Foi um debate forte, mas ainda não encerrou. O protocolo apresentado foi muito importante, é abrangente. O que a gente debate é a capacidade das escolas cumprirem este protocolo”, diz.
O protocolo apresentado ainda está em fase inicial e as entidades que compõe o Comitê podem fazer observações. A próxima reunião foi marcada para o dia 8 de outubro. Vale lembrar que o decreto que suspende as aulas presenciais fica em vigor até o mesmo dia, o que quer dizer que um novo decreto deve ser publicado dentro de duas semanas, seja pela manutenção das aulas remotas ou pelo retorno gradual das aulas presenciais.
Teixeira ressalta que os alunos terão um prejuízo educacional devido à pandemia, mas que não é possível recuperar mais de cinco meses de aulas remotas neste final de ano. “É um protocolo rigoroso, mas não tem condição de fazer ainda neste ano. É um protocolo muito bem elaborado, a nossa preocupação é o cumprimento. Se uma das premissas não for realizada com eficiência, todas as outras não valem de nada. Se falhar na recepção dos alunos, os outros protocolos vão por água abaixo”, afirma.
O protocolo apresentado é para uma fase inicial de retorno às aulas presenciais, quando nem todos os alunos poderão voltar para a escola, para evitar uma aglomeração nas salas de aula. Porém, o presidente da Fetems ressalta que uma volta gradual pode gerar uma jornada dupla para os professores.
“O professor teriam uma dupla jornada, presencial e remota. Ao contrário do que dizem, os professores continuam cumprindo jornada em suas casas, eles não deixam de trabalhar. Além disso, cerca de 50% da categoria faz parte do grupo de risco”, pontua.