Agentes da PF apreendem documentos na Governadoria durante a operação, na última quarta-feira – Valdenir Rezende/Correio do Estado
Área, que teve 20 mil hectares desmatados com autorização do Imasul e TJMS, custou R$ 25 mi
Apontado como laranja de organização criminosa investigada na Operação Vostok, o pecuarista Élvio Rodrigues, preso pela Polícia Federal na quarta-feira, teria usado dinheiro de propina para comprar a Fazenda Santa Mônica, no Pantanal sul-mato-grossense.
Localizada no município de Corumbá, região do Alto Paraguai, na divisa com o estado de Mato Grosso, a propriedade teve 20.526 hectares de vegetação nativa devastados no início deste ano. O desmatamento foi autorizado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), com aval da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). O caso foi denunciado pelo Correio do Estado, no dia 18 de abril.
Na época, a reportagem mostrou que, em 15 de março, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Divoncir Schreiner Maran, atendeu a pedido da PGE/MS e suspendeu os efeitos da liminar concedida em 24 de outubro do ano passado pela juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo.
A decisão da magistrada, cassada pelo presidente do TJ, impedia que os proprietários – o pecuarista Élvio Rodrigues e a advogada Sônia Oliveira Rodrigues, residentes em Maracaju, cidade onde ele foi vereador – desmatassem a fazenda.
Élvio Rodrigues é um dos 13 presos pela Polícia Federal durante a Operação Vostok e foi solto no domingo. Ele é apontado pela PF como um dos emissários de notas fiscais falsas, utilizadas pela JBS para pagamento de propina.
Consta ainda na decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fischer, que determinou as prisões e a operação da PF, que nos autos da Operação Lama Asfáltica foram encontrados documentos relativos à aquisição de uma propriedade, comprada por Élvio, a fazenda Santa Mônica. Para a polícia, parte do pagamento pela propriedade teria sido feita com propina recebida da JBS.