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Entre dezembro e janeiro, Energisa identificou 23 picos de consumo de energia

Empresa participa de reunião na Câmara Municipal para explicar aumentos nas tarifas considerados abusivos pelos consumidores

por: campograndenews

Dezembro e janeiro foram meses com temperaturas acima do normal e o calor é o motivo, alegado pela concessionária de energia Energisa, para o aumento nas contas de luz que revoltaram consumidores em Mato Grosso do Sul. A empresa participa de reunião, nesta sexta-feira (25), na Câmara Municipal, para explicar o aumento aos consumidores.

Coordenador comercial da Energisa, Jonas Ortiz Rudis afirma que entre dezembro e janeiro, a empresa identificou 23 picos no consumo de energia no estado – 13 em dezembro e até agora, 10 em janeiro -. Ele afirma que os picos, horários em que são registrados “alto consumo”, são relativos ao mês de dezembro, o mais quente desde 2006 e ao mês de janeiro por ter registrado calor recorde em 100 anos.

“Não houve nenhum tipo de reajuste, hoje vamos apresentar e comprovar que quando a temperatura sobe o consumo também sobe”, comentou.

O Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) de Mato Grosso do Sul recebeu em dois dias cerca de 300 reclamações sobre aumento na conta de energia, informou o diretor-presidente Marcelo Salomão. O número, segundo ele, representa mais de 40%.

Uma das reclamações que se destacou em meio ao volume de queixas é a de uma propriedade rural, onde a conta de luz chegou a R$ 16 mil. O morador afirma que a média no local é de R$ 600. Questionado sobre ressarcimento para esse tipo de situação, o coordenador respondeu que “todas as contas analisas estão com consumo corretos”.

“Tudo que nós analisamos até agora são contas corretas, consumos corretos. Nestes casos de contas altas a empresa abriu o parcelamento em janeiro, aí vai do cliente ver o que fica melhor para ele”, declarou.

Antes de começar a reunião, ainda assim, o vereador que propôs o encontro, Valdir Gomes (PP), afirmou que “não aceitamos parcelamento”. “Hoje estamos aqui para, primeiro, não aceitamos parcelamento, e segundo, pedimos que a empresa suspenda essas contas até a solução do impasse”, declarou.

O parlamentar citou as próprias contas de energia para exemplificar o aumento. Segundo ele, há três meses o valor foi de R$ 820, há dois meses de R$ 1470 e em dezembro a conta aumentou para R$ 2887. “Eu posso pagar porque trabalhei 40 anos e agora sou vereador mas e quem ganha R$ 900?”, questionou.

Presidente do Concen (Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Enersul), Rosimeire da Costa explica que o conselho recebe as reclamações e encaminha para a empresa. Ela citou que em 2018, o Concen recebeu diversas reclamações sobre queda de energia no interior do estado, visitou 9 municípios e repassou as queixas para a empresa.

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