A Coreia do Norte entregou nesta sexta-feira (27) 55 urnas contendo os restos mortais de soldados americanos mortos durante a Guerra da Coreia (1950-53).
A repatriação dos restos mortais desaparecidos desde o conflito é visto como um gesto diplomático modesto mas importante, já que foi um dos pontos acordados entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, em cúpula em junho em Cingapura.
“Após tantos anos, este será um grande momento para tantas famílias. Obrigado, Kim Jong Un”, escreveu Trump nas redes sociais.
Nota divulgada pela Casa Branca antes dizia: “Estamos encorajados pelas ações da Coreia do Norte e pelo momento de mudança positiva”.
Um avião C-17 da Força Aérea Americana voou da cidade de Wonsan, no nordeste da Coreia do Norte, para levar os restos à base aérea de Osan, no Sul, onde os soldados americanos montaram uma guarda de honra.
O retorno coincide com o 65º aniversário do armistício que terminou com as hostilidades na península da Coreia.
“As ações de hoje representam um primeiro passo muito significativo para recomeçar a repatriação dos restos da Coreia do Norte e para retomar as operações de campo na Coreia do Norte para buscar um número estimado de 5.300 americanos que ainda não voltaram para casa”, acrescentou a Casa Branca.
Cobrança Entre 1990 e 2005, um total de 229 conjuntos de restos mortais procedentes da Coreia do Norte foram repatriados, mas essas operações foram suspensas quando os vínculos entre ambos os países se deterioraram pelo programa nuclear de Pyongyang.
Está previsto que os restos que aterrissaram em Osan sejam enviados para o Havaí ainda nesta sexta para serem examinados por especialistas forenses.
“Foi uma missão bem-sucedida depois de uma exaustiva coordenação”, disse o general Vincent Brooks, comandante das tropas do UNC e do contingente americano.
O ex-governador do Novo México Bill Richardson, que trabalhou em temas de repatriação e já havia estado na Coreia do Norte várias vezes, advertiu que Pyongyang pode reter mais devoluções para buscar obter mais dinheiro dos Estados Unidos.
“Eles vão entregar um certo número de restos mortais grátis de forma imediata”, disse ele ao jornal The Washington Post.
“Mas, depois, vão dizer: ‘para os próximos, vamos precisar encontrá-los, localizá-los, restaurá-los’. E aí vão começar a cobrar e vão pressionar isso”, alertou.