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Economia

MS tem melhor resultado de aberturas de empresas no 1º trimestre em 24 anos

Setor de serviços predomina e responde por 45,83% dos 2,8 mil empreendimentos constituídos em Mato Grosso do Sul

Evelyn Thamaris/Correio do Estado

Mato Grosso do Sul bateu um novo recorde na abertura de novas empresas. De acordo com dados divulgados pela Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems), no primeiro trimestre deste ano foram 2.834 negócios constituídos, maior número da série histórica iniciada em 2000.

Quando comparado ao acumulado de janeiro a março do ano passado (2.670 aberturas), o aumento porcentual foi de 6,14%. Ao considerar o intervalo de 24 anos, a diferença salta para 62,69%, uma vez que em 2000 foram 1.742 Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas (CNPJs) registrados.

O setor de serviços é primeiro do ranking nos primeiros três meses deste ano com 1.299 novos negócios, o que representa 45,83% do total listado no relatório. Na sequência estão os segmento comércio (721) e indústria (111).

O doutor em Economia Michel Constantino, salienta que o cenário demonstra que a economia está aquecida.

“Novas empresas podem aumentar a oferta de empregos, pagar mais impostos e alavancar o desenvolvimento”, diz.

O presidente da Jucems, Nivaldo da Rocha, atribui o aumento ao momento de estabilidade econômica do País e à política de desenvolvimento adotada em MS.

“A Jucems colabora de forma direta com a facilidade e agilidade nas formalizações de empresas, chegando a registrar empresas em até 2 horas e 30 minutos por meio do Simples Digital”, completa.

Constantino reforça a facilidade do registro como um dos principais fatores que fomentou o ambiente de negócios. “Em segundo lugar, está a crescente no setor de serviços. [Mesmo] após a pandemia, o setor de serviços continua crescendo”, encerra.

MUNICÍPIOS

Ao considerar os três primeiros meses deste ano, Campo Grande se destaca com 42,44% das novas empresas, totalizando 1.203 novos negócios.

Já Dourados, a maior cidade do interior do Estado, respondeu por 12,13% do total, com 344 empresas. Em terceiro lugar está Três Lagoas, com 155 aberturas ou 5,47% do total.

Em março, o ranking se repete: a Capital deteve 42,58% das 984 novas empresas constituídas. Dourados foi responsável por 12,91% do total, com 127 empresas, seguido por Três Lagoas com 49 (4,98% do total), Naviraí com 36 (3,66%) e Ponta Porã com 30 empresas, o que perfaz 3,05% do total de empresas abertas no mês passado em MS.

INADIMPLÊNCIA

Dados da Serasa Experian mostram que, nos 12 meses do ano passado, 4.933 empresas de Mato Grosso do Sul entraram para a lista da inadimplência.

O levantamento destaca que o número de CNPJs negativados chegou a 82.210 em dezembro do ano passado, uma alta de 6,4% em relação aos 77.277 registrados no mesmo período de 2022.

Entre as 26 unidades federativas do País, além do Distrito Federal, o Estado aparece como o 16º com o maior número de empresas com contas em atraso. No ano, MS acumula um total de R$ 1,601 bilhão em dívidas pendentes, e o valor médio por débito é de R$ 19.474.

Constantino explica que a inadimplência é um resultado preocupante, pois todas as empresas constam no saldo de endividamento, uma vez que fazem investimentos a longo prazo.

“A inadimplência apresenta um grau de deterioração da gestão financeira e um aumento do risco de fechar, pois a empresa já não consegue pagar seus contratos”, esclarece.

Constantino acrescenta ainda que o aumento de 77.277 para 82.210 inadimplentes entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023 mostra que as empresas estão com mais dificuldades de manter seus fluxos de caixa em dia e, consequentemente, seus resultados.

Para o mestre em Economia Lucas Mikael, o desempenho observado no ano passado pode ser atribuído a diversos fatores macroeconômicos, destacando-se o aumento das taxas de juros.

“Esse cenário desencadeou um efeito em cascata. A combinação de juros elevados com a inflação reduziu o poder de compra da população, o que, por sua vez, levou a uma diminuição na clientela das empresas. As altas taxas de juros também complicaram a quitação de dívidas por parte das empresas”, finaliza.

 

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