Para Gaeco, cigarro contrabandeado circula sem fiscalização no Estado
Associados de maneira estável e trabalhando em núcleos, policiais corruptos recebiam até R$ 100 mil por mês para dar livre trânsito ao contrabando de cigarros nas cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. As informações constam no pedido de prisão preventiva feito pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ao juiz Alexandre Antunes da Silva, da auditoria militar.
Além de revelar o envolvimento de 31 policiais no esquema e indicar participação de outros agentes de segurança, ainda não identificados, o documento detalha a organização da quadrilha conhecida como “cigarreiros”.
Conforme o documento do Ministério Público Estadual, as investigações começaram em 2017, depois de denúncias de militares que não concordavam com a corrupção dos colegas, que de tão frequente, passou a ser de conhecimento geral nos municípios e render “má fama” à corporação.
Investigadores descobriram que um “mensalão” era pago a militares conforme a posição que cada integrante ocupava dentro da organização criminosa e também de acordo com a patente de cada um deles. Para desvendar como o quadrilha funcionava, além de gravações telefônicas, os sigilos bancário, fiscal e telemático (de meios de comunicação) dos envolvidos foram quebrados.
Por meio das interceptações, o Gaeco descobriu que para facilitar o andamento do esquema, o grupo foi dividido em dois núcleos, sendo um da região de Jardim/Bela Vista/Bonito e outro de Dourados/Maracaju/Mundo Novo. (Correio do Estado)