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Audiência pública em Corumbá debate impactos de incêndios em comunidades pantaneiras

Deputada e comitiva percorrem comunidades para ouvir demandas após incêndios e seca prolongada

Por: Evelise Couto/Agência ALEMS   Foto: Assessoria parlamentar

Audiência pública discutirá esta semana “O Impacto dos incêndios nos modos de vida, saúde, segurança alimentar e renda das comunidades tradicionais pantaneiras”. O evento, que tem a parceria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e foi proposto pela deputada Gleice Jane (PT), ocorrerá a partir das 9h, no auditório do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, na unidade de Corumbá – Rua Pedro de Medeiros, 941. A participação é gratuita e aberta ao público.

O Pantanal Sul-Mato-Grossense vive uma das suas piores crises climáticas, com incêndios que já atingiram níveis alarmantes. Apenas o primeiro semestre de 2024 registrou o maior número de focos de incêndio no bioma desde 1998, com 2.333 alertas, um aumento de 1.628% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2020, o Pantanal também enfrentou uma seca histórica, que resultou em mais de 22 mil quilômetros quadrados destruídos pelas chamas, afetando drasticamente a fauna e flora da região.

Em face desses devastadores eventos, a deputada estadual Gleice Jane (PT) iniciou ontem (10) uma viagem de barco pelo rio Paraguai até Corumbá com o objetivo de ouvir as comunidades afetadas pelos incêndios e pela seca prolongada. A comitiva, composta pela deputada, é formada por representantes da Polícia Militar Ambiental (PMA/MS), equipe técnica e pela professora doutora Paula Helena Santa Rita, fundadora do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (GRETAP), e visita comunidades ao longo do rio buscando entender as necessidades emergenciais relacionadas à saúde, educação, e alimentação, além de ouvir as demandas dos servidores e voluntários que atuam na região.

“É essencial estarmos no local para escutar diretamente as comunidades, que têm sido profundamente impactadas pelos incêndios e pela perda do seu modo de vida. Nossa luta é para encontrar alternativas que protejam o Pantanal e seus habitantes, garantindo a preservação desse bioma único”, afirma Gleice Jane.

Com mais de 85% dos incêndios ocorrendo em áreas privadas, a ilegalidade do uso do fogo no Pantanal é uma questão urgente. Além dos danos ao meio ambiente, milhares de animais – incluindo espécies ameaçadas como a onça-pintada e o tamanduá-bandeira – têm perdido seu habitat, com estimativas de 17 milhões de animais mortos nos incêndios de 2020, segundo o ICMBio.

Com a devastação, as comunidades ribeirinhas também enfrentam enormes dificuldades, com propriedades e meios de subsistência consumidos pelo fogo. Nesse contexto, a deputada reforça a importância de ações como essa para garantir a preservação do Pantanal e a proteção das populações que dependem deste ecossistema para sua sobrevivência. “A defesa do Pantanal é uma luta de todos que acreditam na justiça social e ambiental. Convido todos a se unirem a nós para garantir um futuro sustentável para nossas comunidades e para o bioma”, afirmou a deputada.

Programação

A chegada da equipe após a viagem pelo rio Paraguai culminará em dois eventos importantes na cidade de Corumbá. No dia 12 de novembro, das 8h às 17h, será realizado o seminário “Ecoando as vozes do Pantanal na defesa dos territórios de vida e da sociobiodiversidade”, organizado por movimentos sociais como Agro é Fogo, Marcha Mundial das Mulheres e Comissão Pastoral da Terra (CPT MS) e da qual a deputada e sua comitiva participarão. O seminário será um espaço para discutir as estratégias de resistência contra os incêndios e as alternativas de produção sustentável, com foco na agroecologia.

No dia 13 de novembro, das 9h às 12h, ocorrerá a audiência pública “O impacto dos incêndios nos modos de vida, saúde, segurança alimentar e renda das comunidades tradicionais pantaneiras”, no IFMS Corumbá. A audiência é aberta à população e reunirá representantes da sociedade civil, movimentos sociais, pesquisadores e instituições públicas para buscar soluções práticas e políticas públicas que atendam as demandas das comunidades afetadas.

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