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Médico anestesista é preso após se negar a fazer parto de emergência

Contrato pela Prefeitura Municipal de Naviraí, o profissional exigia o aumento de R$ 1 mil por dia trabalhado para atender

Um médico anestesista, de 33 anos, foi preso após se negar a atender um parto de emergência no Hospital Municipal de Naviraí – aproximadamente 366 quilômetros de Campo Grande. A paciente estava com pré-eclâmpsia e precisou ser anestesiada por um clínico geral para conseguir ser operada.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, o médico é contratado pela Prefeitura Municipal de Naviraí e há alguns dias exigia o aumento de R$ 1 mil por dia trabalhado para o município – de R$ 800 para R$ 1,8 mil. O caso corre em segredo, por isso o nome dele não foi divulgado.

Em resposta, a Secretária Municipal de Saúde afirmou que não era possível o reajuste e por isso ele passou a recusar os atendimentos. Na segunda-feira, dia 14 de outubro, o médico se negou a atender dois pacientes que deram entrada em regime de emergência no hospital. Diante da situação, os pacientes precisaram ser transferidos para Dourados. Nesta quarta-feira (16) o caso voltou a acontecer, desta vez com uma grávida com pré-eclâmpsia – que é quando a pressão sobe subitamente, a ponto de provocar edema cerebral, convulsão.

A mulher deu entrada na unidade em estado grave, precisando ser operada imediatamente para que ela e a filha sobrevivessem. O médico então foi acionado, mas afirmou que só atenderia se recebesse R$ 1,8 para ir até o Hospital Municipal. A gerência de saúde chegou a tentar transferência da paciente para Dourados, mas não havia vaga no município vizinho.

Por conta da gravidade do caso, um clínico geral da unidade assumiu o risco e fez a anestesia do parto. A Gerência Municipal de Saúde avisou o Ministério Público que acionou a Polícia Civil.

Segundo o delegado Eduardo Lucena, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Naviraí, com a denúncia as equipes foram até o médico, que estava trabalhando em um hospital particular da cidade, e o prenderam em flagrante pelo crime de concussão (exigir vantagem indevida). O anestesista acabou liberado horas depois diante pagamento de fiança arbitrada pelo juiz da cidade.

Agora o caso segue em investigação. “Se não operasse a mãe e a criança morreriam”, reforçou Lucena. Para a reportagem, o delegado detalhou que as outras duas recusas de atendimento também serão verificadas pela polícia. A reportagem entrou em contato com a Gerência Municipal de Saúde e aguarda resposta.

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1 comentário

Francisco 18 de outubro de 2019 , 19:17 at 19:17

Gostei muito do seu post, vou acompanhar o blog.

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