Vale do Ivinhema Agora
Cultura

Nascida em Glória de Dourados, escritora radicada na França divulga livros em Angélica e outros municípios do MS

A autora esteve na Rádio Tropical de Angélica divulgando seu trabalho (Fotos: Divulgação/Mazé Torquato Chotil)

 

Autora sul-mato-grossense está lançando ‘Maria d’Apparecida negroluminosa voz’ e ‘No crepúsculo da vida’

 

Por: Gracindo Ramos

 

A escritora sul-mato-grossense Mazé Torquato Chotil esteve em Dourados (MS) nesta semana lançando dois livros, ‘Maria d’Apparecida negroluminosa voz’ e ‘No crepúsculo da vida’. Ela apresentou as obras literárias na noite de quarta-feira (20), no Hotel Bahamas, quando recebeu amigos e leitores.

Mazé nasceu em Glória de Dourados (MS) e se mudou para São Paulo (SP), onde foi estudar nos anos de 1970. Em 1985 ela se mudou para Paris e está radicada na França há 36 anos. Choril é jornalista, pesquisadora e escritora, com diversas obras publicadas. Ela é doutora em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade de Paris VIII e pós-doutora pela EHESS (Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais) de Paris.

Dentre obras publicadas pela autora gloriadouradense estão Minha Paris Brasileira; Lembranças do sítio; Lembranças da vila; Minha aventura na colonização do Oeste; Trabalhadores exilados; José Ibrahim; Maria d’Apparecida negroluminosa voz e Na Rota de traficantes. Na língua francesa, publicou Ouvrières chez Bidermann, L’Exil ouvrier e Maria d’Apparecida – Une Maria pas comme les autres.

Mazé Torquato desembarcou no Brasil no início deste mês. A escritora fez lançamentos dos livros em São Paulo. No Mato Grosso do Sul, esteve em Dourados, Glória de Dourados, Angélica e na capital Campo Grande. Nas oportunidades apresentou as obras, fez lançamentos e concedeu entrevistas. Em sua terra natal, Glória de Dourados, reencontrou amigos e participou do primeiro sarau literário da cidade.

Sinopse de No crepúsculo da vida

Duas amigas. Para festejar os 60 anos de Lúcia, Marta lhe oferece, como presente de aniversário, um final de semana na cidade de Rouen, capital da Normandia, região francesa. A escolha foi da amiga que desejava rever a bela catedral que Claude Monet pintou 30 vezes depois que se instalou definitivamente em Giverny, no final do século 19.

É uma viagem pela cidade do escritor Gustave Flaubert e de sua Madame Bovary, onde os filósofos e escritores Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram professores no começo de suas carreiras. Na catedral, apreciam os vitrais e visitam a sepultura de Ricardo Coração de Leão, fundador do ducado, cujo coração foi depositado na cripta após sua morte. No passeio, visitas gastronômicas, mas também a notícia recebida por Marta da perda de uma irmã.

Sobre Maria d’Apparecida negroluminosa voz

Sobre Maria, essa Maria que Mazé Torquato Chotil resgata, o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Tua voz, D’Apparecida, é aparição/ Fulgurante, sensitiva, dramática/ e vem do fundo negroluminoso de nossos corações”. Negroluminosa voz a de Maria d’Apparecida (1926-2017), que arrebatou os palcos mais disputados da música lírica europeia antes de alcançar o do Rio de Janeiro. Em 1965, quando Maria Callas não pôde cantar Carmen, a mezzo-soprano negra brasileira a substituiu. Só integrando, como estrela, uma companhia de prestígio europeia foi chamada a cantar no Theatro Municipal.

Nem por isso deixou de enfrentar o racismo, expresso agora não como veto, mas com pequenos gestos de um cotidiano cruel, como a recusa em massageá-la ou em aplicarem-lhe uma medicação. Filha de uma empregada doméstica engravidada pelo patrão, Maria d’Apparecida nos faz lembrar das crueldades de classe e de raça sobre as quais se assenta a sociedade brasileira. Suas conquistas se deram superando essa injustiça estrutural, e lembrá-las é uma forma ao mesmo tempo de reconhecer seu talento gigantesco e de denunciar nossas raízes mais venenosas.

 

Related posts

Escuta pública sobre Política Nacional Aldir Blanc será realizada em Nova Andradina

Anaurelino Ramos

Parceria entre Secel e Fundação de Cultura visa mais oportunidades para artesãos locais

Anaurelino Ramos

Requerimento investiga motivos que levaram ao fechamento da Casa do Artesão

Anaurelino Ramos

Deixe um Comentário