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Retorno das aulas presenciais em Mato Grosso do Sul contraria Comissão

Entidades discutem volta de atividades na rede pública e muitos são contrários a retomada ainda neste ano

 

Um possível retorno das aulas presenciais na rede pública de Mato Grosso do Sul seria contrária ao entendimento da maioria dos integrantes da Comissão Estadual Provisória da Volta às Aulas, instituída para tratar sobre o assunto.

Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira, e a Defensora Pública Débora Maria de Souza Paulino, esse retorno seria precipitado se ocorresse neste ano.

Estamos a 10 dias do fim do prazo estabelecido para aulas remotas da rede pública do Estado, dia 8 de outubro, e para Teixeira, se houver uma decisão de retorno por parte da Secretária de Estado de Educação (SED), seria uma deliberação bilateral e oposta as opiniões das 19 entidades membros da Comissão Estadual Provisória da Volta às Aulas.

“Se houver alguma posição de retorno, nós, com certeza, vamos fazer alguma ação que manifeste nossa opinião contrária. Pois não foi levado em conta tudo o que o comitê trabalhou até agora”, afirma o presidente da Fetems.

Em audiência pública realizada na última sexta-feira (25), o superintendente da política educacional da Secretaria de Estado de Educação, Hélio Queiroz, comentou que há um planejamento para o retorno das aulas presenciais para alunos do terceiro ano do ensino médio.

Uma das razões para considerar apenas esse grupo de alunos seria a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2021.

A coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes (Nudeca), Débora Maria de Souza Paulino, explica que o próximo passo será realizar novas reuniões com a rede pública para adequar o retorno das aulas e discutir datas.

Segundo Paulino, o ideal seria manter o ensino remoto até o final do ano, seguindo as recomendações dadas por especialistas durante a última audiência pública.

“Nós ainda estamos discutindo o retorno com um mês do fim do ano letivo, mas não vale a pena voltar por poucos dias. Não seria seguro com todas as recomendações e dados sobre a pandemia”, declarou a defensora.

SAÚDE

As aulas presenciais foram paralisadas no dia 23 de março de 2020 pela Rede Estadual de Ensino (REE).

As aulas remoto foram consideradas após os primeiros registros de casos confirmados do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul.

Desde o início do distanciamento foram realizadas várias prorrogações do prazo de retorno.

Segundo o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, essa volta se dará respeitando as determinações do programa Prosseguir.

Nele, apenas municípios em grau tolerável poderiam ter aulas presenciais do ensino fundamental, médio e universidade, porém, a orientação do secretário é que isso se daria quando grande parte das cidades estivessem na mesma condição, o que não ocorre neste momento, já que apenas 18 dos 79 municípios estão no grau tolerável da pandemia.

CONDIÇÕES DE RETORNO

Teixeira explica que a posição da Fetems é a favor de manter o ensino remoto da rede pública até 2021 devido a falta de evidências do controle da pandemia.

“O nosso objetivo é que o protocolo que está sendo finalizado seja aplicado apenas em 2021. No momento a rede municipal e a rede estadual não tem condições de um retorno”.

O presidente do sindicado argumenta que o ensino remoto não vai impactar na qualificação do aluno para o Exame, já que o estudante se prepara desde o início da vida escolar.

“De fato há um deficit na aprendizagem este ano. No entanto, esse deficit representa o Brasil inteiro, e não só no estado. A volta não é crucial. O Enem tem sua validade, porém não é só neste ano que o aluno se preparou”, declarou Teixeira.

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